Jornalista russa do Novaya Gazeta hospitalizada depois de ser agredida na Tchetchénia

A jornalista deveria cobrir o julgamento de uma mulher tchetchena acusada de ter agredido um polícia. Os trabalhos da jornalista já tinham sido repreendidos pelas autoridades.

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Elena escreveu vários artigos sobre a tortura na Tchetchénia NEXTA/TWITTER
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A jornalista Elena Milashina, do jornal Novaya Gazeta, foi nesta terça-feira hospitalizada, na sequência de um ataque levado a cabo por um grupo armado, na Tchetchénia. A agressão foi divulgada pela organização não-governamental russa de defesa dos direitos humanos Memorial.

O ataque aconteceu quando se deslocava de carro do aeroporto para a capital da Tchetchénia, Grozni, onde deveria cobrir o veredicto do julgamento de uma mulher tchetchena acusada de ter agredido um polícia e de fraude. Na viatura, seguia também o advogado do jornal, Alexander Nemov.

“Foram violentamente espancados com pontapés, incluindo na cara, e ameaçados de morte com uma arma apontada à cabeça”, referiu a ONG no Telegram. Os seus equipamentos foram destruídos.

A ONG refere que a jornalista ficou com vários dedos partidos, coberta de tinta verde e com a cabeça rapada. “Elena Milashina tem os dedos partidos e perde ocasionalmente a consciência”, acrescentou. Já o grupo de direitos humanos Team against Torture disse que o advogado foi esfaqueado. Estão ambos hospitalizados.

Elena Milashina já tinha sido repreendida pelas autoridades tchetchenas em resultados dos seus trabalhos a falar sobre as execuções extrajudiciais no Cáucaso. No momento do ataque, os agressores disseram: “Nós avisámos. Saiam daqui e não escrevam nada.”

A jornalista teve de abandonar a Rússia em 2022, depois de o líder da Tchetchénia, Ramzan Kadirov, ter dito que a iria acusar de "terrorismo".

Desde 2000, seis jornalistas do jornal Novaya Gazeta foram mortos. A jornalista de investigação Anna Politkovskaya foi uma das vítimas.

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