O dia 3 de Julho foi o mais quente a nível mundial

Temperatura média global atingiu 17,01 graus Celsius no dia 3, dizem cientistas norte-americanos, num momento em que estão a verificar-se ondas de calor em vários pontos do mundo.

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Calor na Califórnia: os Estados Unidos estão a passar por uma onda de calor Reuters/CARLOS BARRIA

Segunda-feira, 3 de Julho, foi o dia mais quente a nível mundial desde que há registos. Ou seja, foi o dia em que a temperatura média global atingiu 17,01 graus Celsius, segundo dados dos Centros Nacionais para a Previsão Ambiental dos Estados Unidos.

Foi batido o recorde que valia até agora, registado em Agosto de 2016, de 16,92 graus Celsius. Isto acontece depois de um mês de Junho extremamente quente, que também se fez sentir em Portugal. Pela primeira vez em Junho, a temperatura global do ar à superfície excedeu os níveis pré-industriais em mais de 1,5 graus Celsius, segundo o serviço Copérnico – o Programa de Observação da Terra da União Europeia.

Estão a verificar-se ondas de calor em várias regiões do globo: por exemplo, nos Estados Unidos e na China (com valores acima de 35 graus Celsius). No Norte de África as temperaturas aproximaram-se dos 50 graus Celsius. As águas do Atlântico Norte estão também a atingir temperaturas elevadas.

Mesmo na Antárctida, onde neste momento é Inverno, estão a registar-se temperaturas anormalmente elevadas. Por exemplo: a base de investigação ucraniana Vernadsky, na ilha Galindez do Arquipélago das Ilhas Argentinas, bateu nos últimos dias o recorde de temperatura para Julho, com 8,7 graus.

“Isto não é um marco para festejarmos”, disse a cientista climática Friederike Otto, do Instituto Grantham de Alterações Climáticas e Ambiente, no Imperial College, em Londres. “É uma sentença de morte para as pessoas e para os ecossistemas.”

Na origem destas temperaturas que batem recordes estão as alterações climáticas, causadas pelas emissões de gases com efeito de estufa como o dióxido de carbono (CO2), em combinação com o padrão climático El Niño, que está a começar a formar-se.

“Infelizmente, isto promete ser apenas o primeiro de uma série de novos recordes que serão batidos este ano, com as emissões de gases com efeito de estufa a conjugarem-se com o El Niño a empurrar as temperaturas para cima”, disse Zeke Hausfather, investigador da organização sem fins lucrativos norte-americana Berkeley.

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