Primeiro-ministro escocês não vai suspender Sturgeon do partido independentista

Antecessora de Yousaf foi detida e libertada no âmbito de uma investigação policial às finanças do principal partido da Escócia.

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Nicola Sturgeon foi primeira-ministra da Escócia durante oito anos EPA/Robert Perry

O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, afirmou esta segunda-feira que não vai suspender a filiação de Nicola Sturgeon no Partido Nacional Escocês (SNP), na sequência da detenção e libertação da sua antecessora, na véspera, no âmbito de uma investigação policial às actividades financeiras do partido independentista.

“Não vejo motivos para suspender a sua filiação [no SNP]”, disse Yousaf à BBC, admitindo, porém, que assistir à detenção foi “pessoalmente doloroso” para si, dada a “amizade de longa data” entre os dois.

A polícia está a investigar o destino de mais de 600 mil libras (perto de 700 mil euros) em fundos recolhidos por membros da campanha pela independência do território em 2017.

Yousaf tem enfrentado múltiplos pedidos de membros importantes do SNP e de rivais políticos para suspender Sturgeon, a par do seu marido, Peter Murrell – ex-chefe-executivo do partido –, e do seu antigo tesoureiro.

Os três foram detidos e libertados sem qualquer acusação, enquanto a investigação prossegue. Pouco depois da sua libertação, a ex-primeira-ministra descreveu a sua detenção como um “choque”, mas garantiu: “Sei, sem sombra de dúvida, que estou inocente de qualquer delito”.

O episódio de domingo é mais um marco no fim do estado de graça de Sturgeon, que liderou o governo escocês e a luta política pela secessão durante mais de oito anos e que renunciou ao cargo no início deste ano.

Ash Regan, candidata à liderança do SNP e ao cargo de Sturgeon – foi derrotada por Yousaf nas primárias do partido, realizadas em Março –, é uma das figuras dos independentistas a pedir a suspensão da filiação da ex-primeira-ministra enquanto a investigação policial estiver em curso, por se tratar de uma “distracção”.

Angus MacNeil, um dos deputados mais antigos do SNP no Parlamento do Reino Unido, em Londres, também defendeu a suspensão, dizendo que a “novela já foi longe de mais”.

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