Doar a pele para fazer malas e a carne para churrasco: o testamento da presidente da Peta

Ingrid Newkirk deseja que os olhos sejam doados a empresas de experimentação animal e o corpo comido num churrasco. É o mais recente alerta da Peta para a crueldade animal.

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Protesto da PETA DR
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Seria uma última campanha para surpreender "aqueles que fazem mal aos animais". Na segunda-feira, a presidente e fundadora da organização que luta contra a crueldade animal, Ingrid Newkirk, emitiu um comunicado que tornava público o seu testamento e o que supostamente deseja que aconteça ao seu corpo quando morrer.

Ingrid escreveu que prescindia de enterro ou cremação, uma vez que prefere doar “a pele à Hermès” para que a marca que ainda usa pele animal possa produzir uma nova mala de luxo de milhares de euros. Mas os desejos não ficam por aqui.

No Instagram, a Peta mostrou uma infografia que explica as várias partes do corpo que a activista de 73 anos tenciona doar à indústria da moda e consumo. Os olhos seriam enviados para duas empresas britânicas de experimentação animal para que saibam que “a Peta está sempre a ver”, lê-se no site. Os intestinos seriam transformados em enchidos e oferecidos ao chef Salt Bae, conhecido pela utilização da carne dos menus, e um dos pés seria utilizado para “dar um pontapé” à The North Face que utiliza lã para fabricar o vestuário.

"Quando morrer, espero continuar a surpreender aqueles que fazem mal aos animais, a provocar conversas sobre o especismo e a fazer campanha contra os maus tratos aos animais," escreveu Ingrid na legenda que acompanha a publicação.

A presidente adianta ainda que uma das pernas seria partida e exposta em corridas de cavalos enquanto a outra teria a função de bengaleiro, tal como acontece na Índia com os pés dos elefantes. O cabelo vai servir para fazer uma escova que será depois enviada à barbearia mais antiga do mundo, a Truefitt & Hill, que ainda utiliza pêlo de texugo.

A monarquia também não ficou esquecida da lista, com especial destaque para a espanhola e britânica. Ingrid planeia também oferecer uma das suas orelhas ao rei Filipe VI e o pescoço a Carlos III, que aprecia corridas de pombos.

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Ingrid Newkirk, activista e fundadora da Peta tem 73 anos DR

O coração seria dividido em três partes, sendo que duas seriam enterradas nas pistas de corridas de Hockenheim, na Alemanha e Silverstone, no Reino Unido, para homenagear os pilotos de fórmula 1 Michael Schumacher, que apoiou o trabalho da Peta antes do acidente de 2013, e Lewis Hamilton que se tornou vegan em 2017.

A terceira parte seria enviada “ao homem de lata da vida real, Elon Musk, para que o possa clonar, já que parece governado pela ganância e sexo e carece de empatia e coração, uma vez que a sua empresa Neuralink matou macacos, porcos, ratos e ovelhas em experiências cerebrais invasivas”.

Quanto ao resto do corpo, a vontade de Ingrid é que vá para a grelha e seja servido num dia de churrasco com cebolada. “Carne é carne, e a minha é dada, não tirada”, conclui. No entanto, no Reino Unido, por agora, é possível expressar legalmente no testamento o desejo de ser cremado, enterrado ou doar o corpo à investigação científica.

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