Deformado e cheio de cicatrizes: assim fica um elefante que transportou turistas durante 25 anos

Pai Lin, elefante fêmea de 71 anos, ficou com o dorso curvado e com marcas dos turistas que carregava na Tailândia. Na Índia, já existe num templo um elefante-robô.

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O elefante Pai Lin transportou turistas durante 25 anos WFFT
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O elefante Pai Lin transportou turistas durante 25 anos WFFT Thailand/Twitter

Pai Lin, elefante fêmea, passou mais de 25 anos na indústria de trekking da Tailândia, onde era forçada a transportar até seis turistas ao mesmo tempo, escreve a associação Wildlife Friends Foundation Thailand (WFFT). Depois, foi abandonada porque o dono achava que era muito lenta.

A associação que se dedica ao resgate de elefantes na Tailândia divulgou os efeitos de anos a carregar pessoas no corpo de alguns destes animais.

A fotografia mostra Pai Lin, de 71 anos, com o dorso curvado e as cicatrizes da pressão exercida pelo peso das pessoas que transportava. Boon Chuey, outro dos elefantes resgatados pela associação, também tem as costas lesionadas depois de anos de trabalho e abusos. Os dois vivem agora no primeiro santuário livre de correntes da Tailândia, conta a WFFT.

Boon Chey, outro elefante resgatado WFFT
Turistas e um elefante com o típico "howdah" (banco) usado para viagens de elefante Reuters
Como os elefantes vivem o resto do tempo. Reuters
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Boon Chey, outro elefante resgatado WFFT

"Divulgámos estas fotos da nossa maravilhosa Pai Lin e dos seus amigos para ajudar a perceber como é que estes gigantes gentis podem sofrer na indústria do turismo", lê-se no comunicado da associação.

Um elefante-robô entra num templo

Na mesma linha, são cada vez mais as denúncias de maus tratos feitas por organizações de bem-estar animal, como é o caso da Peta India, que criou uma solução para acabar com a utilização destes animais nas cerimónias religiosas. A alternativa: um elefante-robô.

O Irinjadappilly Raman, que foi oferecido ao templo Irinjadappilly Sree Krishna, em Kerala, no Sul da Índia, tem mais de três metros e consegue movimentar o tronco e as orelhas. O objectivo é que a réplica seja utilizada durante os eventos religiosos “de forma segura e livre de crueldade”, lê-se no site da Peta.

A oferta foi bem recebida pelo templo, que espera que outros locais religiosos também adoptem esta alternativa. "Estamos extremamente felizes e gratos por receber este elefante mecânico que nos vai ajudar a conduzir os nossos rituais e festividades sem crueldade, e esperamos que outros templos também pensem em substituir os elefantes vivos para os rituais", declarou Rajkumar Namboothiri, ao jornal The National News.

Na Índia, milhares de elefantes são mantidos ilegalmente em cativeiro e transportados entre estados sem autorização. Da mesma forma, assegura a Peta, a falta de interacção com outros animais faz com que se tornem agressivos para com os humanos ao ponto de já terem provocado a morte de 526 pessoas nos últimos 15 anos, só no estado de Kerala.

“Como os elefantes são animais selvagens que não obedecem voluntariamente às ordens dos humanos, quando são utilizados ​​para passeios, cerimónias, truques e outros propósitos, são treinados e controlados com recurso a punições severas, espancamentos e ganchos de metal”, lê-se na página da organização.

A Peta quer ainda incentivar todos os locais a substituírem elefantes vivos por réplicas e permitir que os animais possam viver livremente em santuários.

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