Simão Correia já conseguiu o transplante de medula. O dador foi o pai

O transplante foi feito a 10 de Maio e a recuperação estará a seguir a normalidade. As previsões apontavam para um internamento de quatro a seis semanas e Simão está neste momento a cumprir a quarta.

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Simão já voltou a escrever música no quarto de hotel Simão Correia/ Facebook
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Passaram oito meses desde que Simão, de 23 anos, foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda. Depois de meses à procura de um dador de medula óssea compatível, a urgência do transplante fez com que o dador fosse o pai, apesar da compatibilidade subóptima de 58%. Ainda assim, afirmou ao Expresso, “o transplante correu bastante bem”.

O transplante foi feito a 10 de Maio, 13.º dia do diário que Simão Correia publica desde que chegou à Unidade de Transplante de Medula, todos os dias, na sua página de Instagram e Facebook. Segundo o estudante de Belas-Artes, na Universidade de Lisboa, tirando um ou outro efeito secundário do tratamento — dores de cabeça, diarreia, “febre do capeta”, entre outros —, a recuperação está a correr sem grandes problemas.

Além de ver filmes e séries, jogar computador ou ouvir podcasts, Simão também já voltou a pegar na amiga guitarra e a compor as suas canções. Importa lembrar que o tema Até ao fim, que Simão escreveu para a namorada durante o internamento, se tornou viral no Instagram em Fevereiro, por incluir também um apelo à doação de medula óssea. “Não tenhas medo de salvar uma vida”, escrevia Simão na publicação.

Em Portugal, há cerca de 390 mil dadores de medula óssea, dos quais apenas 4% são portugueses. No entanto, a mediana de idades de quem doa ronda os 39 anos.

O presidente da Associação Portuguesa contra a Leucemia (APCL), Manuel Abecassis, em Fevereiro, explicou ao PÚBLICO que “não há falta de dadores”. Porém, era preferível que a mediana de idades fosse inferior, já que “há numerosos estudos que mostram que os dadores jovens estão associados a melhores resultados do transplante”.

Simão já cumpriu quatro das seis semanas previstas para o internamento. Na entrada de diário de dia 24 de Maio, manifestou a vontade de regressar em pleno à rotina que tem retomado aos poucos no quarto do hospital.

“Em breve estou aí fora, a fazer coisas boas, cantar e tocar desalmadamente, comer comida de qualidade, a ver o mar, a cheirar as serras e a dançar à chuva!”, brincou. “Isso talvez não! Senão venho cá parar no dia a seguir com uma carraspana que até parecem duas.”

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