Lucro trimestral da Sonae caiu 38% para 26 milhões de euros

Volume de negócios consolidado cresceu 12%. Grupo passa a controlar 100% do capital da Sonae Sierra.

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Vendas da MC cresceram e margem estabilizou, avança a Sonae Nuno Ferreira Santos
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O volume de negócios consolidado da Sonae atingiu 1,9 mil milhões de euros no primeiro trimestre, mais 12% face a igual período de 2022, um crescimento que a empresa diz resultar dos “ganhos de quota de mercado e dos investimentos realizados na expansão dos seus negócios”.

Na informação divulgada esta quarta-feira, o grupo (proprietário do PÚBLICO), dá conta de que o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 9% face ao período homólogo, para 161 milhões de euros, a reflectir uma queda ligeira da margem (-0,3 pontos percentuais).

O resultado líquido atribuível aos accionistas diminuiu 38,3%, para 26 milhões de euros, “reflectindo o apoio às famílias, o aumento dos custos financeiros e o investimento na expansão e digitalização dos negócios”, afirma a gestão da companhia.

O principal negócio do grupo, o retalho alimentar, controlado em 75% e consolidado pelo método integral, "registou um crescimento do volume de negócios de 11,8 % em base comparável e de 13,5% em termos homólogos, para 1,5 mil milhões de euros”. Números que foram atingidos num mercado que se manteve “desafiante, com a procura dos consumidores muito pressionada pela inflação alimentar (20,5%) que continuou a afectar o poder de compra das famílias”, lê-se no comunicado.

“Em termos de rentabilidade, a margem foi novamente impactada pela absorção parcial pela MC da pressão inflacionária, pelo efeito de mix e agravamento dos movimentos de trading down e por aumentos de custos operacionais essencialmente devido à inflação”, avança a empresa.

Acrescentando, no entanto, que "o desempenho do volume de negócios, o resultado das acções de melhoria de eficiência e a redução, em termos homólogos, dos custos de energia (devido a menores preços e aumentos de eficiência) permitiram que a MC atingisse uma margem estável de 8,4%, com um EBITDA subjacente de 124 milhões de euros”.

A elevada inflação levou o Governo a isentar de pagamento de IVA um conjunto de 46 bens essenciais, medida em vigor há precisamente um mês, já depois do fecho das contas trimestrais.

A evoluir favoravelmente esteve igualmente a Worten, detida a 100% pela Sonae, com um volume de negócios de 284 milhões de euros, mais 9% em termos homólogos, “com o canal online a atingir, novamente, um crescimento notável quando comparado com os níveis pré-pandemia, representando mais de 15% das vendas totais", avança a empresa, acrescentando que a margem EBITDA subjacente foi de 4,3%.

Outros negócios, como o retalho de moda, agregados na Zeitreel, apresentaram “um desempenho resiliente”, com o volume de negócios a atingiu 96 milhões de euros, em linha com o período homólogo. No segmento de desporto, a Iberian Sports Retail Group (ISRG) registou “um forte desempenho das vendas de mais 24% em termos homólogos, para 449 milhões de euros”, mas o EBITDA caiu 3,5 milhões, para 30 milhões de euros, com uma margem de 6,8%. A contribuição da ISRG para os resultados da Sonae foi de 4,8 milhões de euros no trimestre (face a 6,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022).

Relativamente a este negócio, que a Sonae controla em 30%, a empresa liderada por Cláudia Azevedo anunciou recentemente a vontade de divórcio ou de controlo, acompanhada por outro accionista minoritário, a família espanhola Segarra, que detém 20% do capital da ISRG.

Da Nos, onde a Sonae detém uma participação de 37% vieram 11,9 milhões de euros, acima dos 8,9 milhões em período homólogo.

Sierra controlada a 100%

Na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a empresa dá contra de que adquiriu a restante participação de 10% na Sierra, por 89 milhões de euros, com “um desconto de cerca de 10% sobre o valor líquido dos activos da empresa, na sequência do exercício pela Grosvenor de uma opção de venda”. Com esta aquisição passou a deter 100% da dona e gestora de centros comerciais.

Avança também que chegou a um acordo com o Bankinter Consumer Finance para uma parceria em partes iguais para “a criação de um operador líder em crédito ao consumo em Portugal”, e que a Bright Pixel manteve a sua actividade de gestão de portefólio, tendo realizado três novos investimentos na área tecnológica.

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