Sonae e espanhóis da Balaico querem “divórcio” da JD Sports

Accionistas minoritários discordam da estratégia do grupo britânico JD Sports para a parceria que junta várias insígnias de retalho de artigos desportivos, incluindo a Sport Zone.

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Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae, assume ruptura na parceria com a JD Sports Jose Sergio
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Ou compram ou vendem. É nestes termos que a Sonae e a família espanhola Segarra propõem o “divórcio” à grupo britânico JD Sports Fashion, na empresa Iberian Sports Retail Group (ISRG) que detém várias insígnias especializadas no comércio de vestuário, calçado e outros produtos de desporto. Nesta parceria, a Sonae (proprietária do PÚBLICO) detém cerca de 30%, os espanhóis cerca de 20% e os britânicos 50%, mais duas acções, o que lhes garante uma posição de controlo.

“A Sonae SGPS informa que, em conjunto com a Balaiko Firaja Invest [da família Segarra], adiante designadas por minoritários, notificou a JD Sports Fashion Plc (Grupo JD) da decisão dos minoritários de exercerem a opção de compra ou venda (opção), prevista no acordo parassocial de accionistas estabelecido (…) no dia 31 de Janeiro de 2018 (…) que detêm, respectivamente, na Iberian Sports Retail Grou (ISRG)”, informa o grupo português em comunicado enviado nesta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A ISRG é apresentada como “a retalhista de artigos desportivos multimarca líder na Península Ibérica, que opera as insígnias Sprinter, Sport Zone e JD em Portugal e Espanha, o retalhista online de artigos desportivos Deporvillage, a marca de equipamentos de fitness Bodytone, e mais recentemente as marcas de retalho Perry e Aktiesport na Holanda”.

Na informação ao mercado, a empresa liderada por Cláudia Azevedo adianta que “o exercício da Opção por parte dos minoritários foi motivado por uma alteração no relacionamento com o Grupo JD, dada a mais recente posição por este assumida relativamente ao retalho de artigos desportivos e de moda desportiva, a qual impacta significativamente a estratégia e as opções de crescimento da ISRG”.

Com a notificação formal do exercício da Opção ao Grupo JD, a Sonae diz esperar um de dois desfechos: “o Grupo JD adquire a participação de 50,0% menos duas acções dos minoritários na ISRG (30,0% menos uma acção da Sonae e 20,0% menos uma acção da Balaiko), tornando-se o único accionista da Empresa”; ou “os minoritários adquirem a participação de 50,0% mais duas acções detida pelo Grupo JD na ISRG, e a ISRG exerce a opção de venda ao Grupo JD da participação de 70% que detém nas operações de retalho da insígnia JD em Portugal e Espanha”.

O comunicado não revela o prazo em que o grupo JD tem de tomar posição”, sendo que, se não houver resposta, os dois accionistas minoritários dizem que dispõem de um período determinado para decidir se adquirem ou vendem ao Grupo JD.

Com este passo, o Grupo JD tem agora um período determinado para decidir se adquire ou vende aos minoritários. Por outro lado, e se este período expirar sem uma decisão do Grupo JD, os minoritários dispõem de um período determinado para decidir se adquirem ou vendem ao Grupo JD.

A Sonae acrescenta que ainda não é possível antecipar o desfecho final do exercício da Opção, "uma vez que a prerrogativa da decisão de compra ou venda cabe, neste momento, ao Grupo JD”, mas, ainda assim, “prevê a conclusão deste processo durante o segundo semestre de 2023”.

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