Israel mata comandante da unidade de rockets da Jihad Islâmica em Gaza

Pelo menos 27 palestinianos já morreram na pior onda de violência no território desde a operação israelita de Agosto de 2022.

Destroços de uma casa atingida por mísseis israelitas
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Destroços de uma casa atingida por mísseis israelitas IBRAHEEM ABU MUSTAFA/Reuters
O prédio onde terá sido morto o comandante da Jihad, em Khan Younis
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O prédio onde terá sido morto o comandante da Jihad, em Khan Younis IBRAHEEM ABU MUSTAFA/Reuters
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As forças israelitas mataram o comandante da força de rockets da Jihad Islâmica, Ali Hassan Muhammad Ghali, num ataque aéreo lançado esta quinta-feira de madrugada contra um apartamento em Gaza. Desde terça-feira, quando Israel deu início à actual operação militar, pelo menos 27 pessoas foram mortas no enclave, segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano.

“Infligimos o golpe mais significativo de sempre contra a Jihah Islâmica”, declarara o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na quarta-feira à noite, referindo-se aos três comandantes mortos na véspera, quando vários ataques da aviação de Israel provocaram 13 mortos – os três comandantes e dez civis.

Entre os mortos de quarta-feira, segundo as autoridades locais, há pelo menos três menores: uma menina de dez anos (um jornalista da AFP viu o seu corpo), que morreu perto da Cidade de Gaza, e um rapaz de 16 anos, morto no mesmo local; para além de outro adolescente de 16 anos, que morreu na cidade de Beit Hanoun (junto a um homem de 51 anos). Mas segundo o Exército israelita, estes quatro civis palestinianos foram mortos por rockets disparados pela Jihad Islâmica que caíram em Gaza.

As autoridades israelitas descrevem Ghali como uma figura central na Jihad Islâmica, grupo palestiniano que, ao contrário do Hamas, se manteve sempre focado na luta armada, e dizem que foi “responsável pelas recentes torrentes de rockets lançadas contra Israel”. Na semana passada, a Jihad e outros grupos dispararam mais de 100 rockets contra Israel em dois dias em resposta à morte de Khader Adnan, numa prisão israelita, na sequência de uma greve de fome em protesto contra as condições da sua detenção.

Segundo o exército israelita, desde terça-feira já foram disparados 507 rockets a partir de Gaza, com 108 a caírem no enclave e 368 a atingirem território israelita, sem provocarem quaisquer vítimas – 95% dos que foram disparados na direcção de áreas povoadas terão sido interceptados pelo sistema Iron Dome.

Para além dos 27 mortos, o Ministério da Saúde palestiniano diz que “mais de 76 pessoas ficaram feridas, a maioria com ferimentos ligeiros”, até agora em Gaza. Esta é já a pior onda de violência no território desde a operação israelita de Agosto do ano passado, que terminou com 44 palestinianos mortos, incluindo 15 crianças, e mais de 350 feridos.

Segundo a imprensa israelita, a Administração de Joe Biden tem estado em contacto com o Governo israelita, pressionando para que seja negociado um cessar-fogo que ponha fim a esta operação. Durante a noite, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, falou com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, esteve ao telefone com o seu homólogo, Tzachi Hanegbi.

De acordo com a Al-Jazeera, um membro da ala política da Jihad, viajará até ao Cairo para participar em conversações de cessar-fogo.

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