EDP lucra 306 milhões no primeiro trimestre

Aumento da produção nas centrais hidroeléctricas permitiu passar de prejuízo a lucro na comparação com os primeiros meses de 2022.

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Produção da EDP de origem fóssil, gás e carvão, reduziu-se em 45% no primeiro trimestre Rui Gaudêncio

A EDP lucrou 306 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, “uma recuperação face ao prejuízo de €76M [76 milhões de euros]” no mesmo período do ano passado, anunciou a empresa, esta quarta-feira.

A recuperação das contas comparativamente ao trimestre homólogo “foi impulsionada pela normalização da produção hidroeléctrica em Portugal no Inverno 2022-23, após um período de seca extrema no ano hidrológico 2021-22”.

A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade explica que neste começo de Maio as “albufeiras da EDP em Portugal mantêm-se a uma quota agregada acima da média histórica para este período do ano”. Isto significa que a empresa consegue ter suficiente produção hídrica para abastecer os seus clientes na comercialização sem precisar de comprar energia em mercado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) atingiu até ao final de Março 1,415 mil milhões de euros, explicou a EDP, que na quarta-feira distribuiu quase 795 milhões de euros em dividendos relativos ao exercício de 2022 (19 cêntimos por acção).

A melhoria do EBITDA face ao primeiro trimestre do ano passado resultou da recuperação “da produção hídrica no mercado ibérico”. Segundo a EDP, a produção hidroeléctrica aumentou 125% para 3,5 terawatt-hora (TWh), e permitiu uma “redução dos custos com compras de gás e electricidade nos mercados grossistas, face aos elevados níveis observados no 1T22 [no primeiro trimestre de 2022]”, quando a EDP teve de recorrer mais às suas centrais termoeléctricas.

Neste trimestre, a produção de origem fóssil, gás e carvão, reduziu-se em 45%.

As contas também beneficiaram da “performance da EDP Renováveis, que apresentou um crescimento de EBITDA de 14% em termos homólogos, com contribuição positiva de todos os seus quatro hubs regionais: Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia Pacífico”, atingindo os 448 milhões de euros e um resultado líquido de 65 milhões.

A actividade de redes de electricidade no Brasil também contribuiu positivamente para os resultados, com um aumento de EBITDA que reflectiu o facto de a empresa ter mais quilómetros de linhas em operação.

O negócio de redes reflectiu ainda a “actualização das receitas reguladas à inflação”, assim como a “indexação da taxa de remuneração dos activos em Portugal à taxa de juro de referência de longo prazo (OTs 10 anos)”.

A EDP (que tinha uma dívida líquida de 13,1 mil milhões de euros a 31 de Março) refere que o investimento bruto do período foi de 1,2 mil milhões de euros, dos quais “98% em energias renováveis e redes de electricidade”.

Segundo a empresa, a “capacidade de energias renováveis em construção atingiu um recorde de 5,0GW [gigawatts], mais 1,0GW face a Dezembro de 2022, abrangendo projectos em 15 mercados na Europa, Américas e APAC [Ásia/Pacífico]”.

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