Montenegro viajou de Sintra a Lisboa sem problemas e bebeu “cafezinho” com Moedas no Chiado

A propósito da iniciativa “Sentir Portugal”, o líder do PSD viajou de comboio para testemunhar as dificuldades que os utilizadores do transporte dizem sentir. À chegada encontrou-se com Carlos Moedas.

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Depois de uma viagem de comboio, Luís Montenegro encontrou-se com Carlos Moedas LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O líder do PSD viajou esta segunda-feira de comboio do Cacém até ao Rossio para "experimentar" as dificuldades sentidas pelos utilizadores da linha de Sintra, numa viagem tranquila que terminou com um café na companhia de Carlos Moedas.

O relógio marcava as 7h46 da manhã na estação de Agualva-Cacém, freguesia do concelho de Sintra, distrito de Lisboa, quando Luís Montenegro tirava o bilhete que o levaria até ao Rossio, no primeiro ponto da agenda da iniciativa "Sentir Portugal", esta semana dedicada ao distrito de Lisboa.

Acompanhado de uma comitiva que contava com o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, e o ainda vice-presidente da bancada e vereador na Câmara Municipal de Sintra, Ricardo Baptista Leite, o líder do PSD estava dentro do comboio poucos minutos depois de passar as cancelas.

"Desculpem lá esta azáfama", disse aos passageiros, que ficaram um pouco surpreendidos com a confusão gerada pela entrada da comitiva e comunicação social na carruagem.

Sem nunca se ter sentado durante os cerca de 30 minutos que perfazem a viagem de Agualva-Cacém até ao Rossio - num percurso onde a maioria do tempo os lugares estiveram ocupados - Luís Montenegro teve, apesar de tudo, uma viagem relativamente tranquila comparada a algumas das experienciadas pelos utentes da CP diariamente, especialmente em dias de greve.

"Das conversas que pude ter com os utilizadores desta linha deu para perceber a enorme pressão que há diariamente e, em especial, nos dias em que há greves, em que há comboios suprimidos, onde manifestamente as pessoas não têm exactamente a sorte que tiveram esta segunda-feira de entrar no horário que pretendem", afirmou, já em declarações aos jornalistas à chegada ao Rossio, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que o esperava no final da viagem.

As dificuldades sentidas por estes utilizadores, considerou Montenegro, devem-se "a um acumular de problemas ao nível dos transportes nas áreas metropolitanas, em particular em Lisboa, onde há lacunas de investimento que se têm revelado perniciosas para a vida dos cidadãos".

E foram exactamente essas dificuldades que os passageiros que o acompanharam na viagem lhe transmitiram, desde duas jovens a caminho da faculdade - a quem o líder do PSD desejou "boas aulas" à saída - até uma mulher acompanhada de uma criança que ia para o trabalho.

Há 30 anos a viagem era mais confortável, diz Montenegro

Pelo caminho, Luís Montenegro recuou até aos seus tempos de estudante, e já nas declarações aos jornalistas, confessou que, durante "muitos anos", fez viagens nos comboios suburbanos que ligam Espinho ao Porto.

"Sei muito bem o que é a dinâmica desse transporte público e posso assegurar que, num dia intenso, quando eu há trinta anos ia para a faculdade, ainda assim o conforto com que fazia essa viagem era muito superior àquele que pude encontrar hoje. Trinta anos volvidos, em vez de estarmos a caminhar para dar mais conforto e também mais previsibilidade às pessoas, estamos muitas vezes a dificultar-lhes a vida", lamentou.

Na chegada à estação terminal do Rossio, pelas 8h20, Luís Montenegro tinha à sua espera o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que lhe perguntou como foi a viagem e o convidou para um "cafézinho". Em passo acelerado e entre subidas e descidas, os dois sociais-democratas chegaram ao conhecido café lisboeta "A Brasileira", onde pediram três "natas" - o líder do PSD bebeu um descafeinado - e trocaram algumas impressões sobre a autarquia.

De passagem estava uma mulher que aproveitou a presença do presidente da Câmara de Lisboa para se queixar dos transportes, desta vez o metro da capital, dizendo que já estava atrasada para o trabalho, tendo Carlos Moedas prometido que iria ligar "ainda hoje" ao presidente da empresa do Metro. "Afinal eram no metro os problemas hoje", brincou Luís Montenegro.

A iniciativa "Sentir Portugal" foi um compromisso assumido por Luís Montenegro no 40.º Congresso do PSD de passar uma semana por mês nos diferentes distritos do país, esta semana dedicada ao distrito de Lisboa e que começou esta segunda-feira no concelho de Sintra e passará pelo de Oeiras, antes de regressar à capital.

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