Os Globos de Ouro anunciam mais 215 votantes nos prémios do ano que vem

Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood divulgou a lista na segunda-feira. Não há mexidas entre os portugueses: mantêm-se Rui Henriques Coimbra, Bárbara de Oliveira Pinto e Rui Pedro Tendinha.

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A organização que promove os Globos de Ouro tem-se visto acusada de falta de diversidade Emma McIntyre/EPA

Foi em 2021 que, na sequência de uma investigação do Los Angeles Times, tudo mudou na Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. A HFPA, sigla inglesa pela qual é conhecida a associação que organiza os Globos de Ouro, foi acusada das práticas de elitismo, corrupção e tráfico de influências e criticada pela sua muito escassa diversidade (contava então, por exemplo, zero negros no colectivo de votantes). Não era a primeira polémica relacionada com os prémios, mas o escândalo rebentou e, logo nessa altura, houve promessas de mudança.

E as promessas concretizaram-se. Depois de uma cerimónia à porta fechada e sem estrelas, em 2021, os prémios voltaram este ano à antena da televisão, com um corpo de votantes expandido para incluir jornalistas de fora de Los Angeles: 103 novos eleitores, perfazendo um total de 200 pessoas. Entre eles, por exemplo, o português Rui Pedro Tendinha.

Esta segunda-feira, a HFPA anunciou que mais 215 pessoas irão votar na 81.ª edição dos Globos de Ouro. Juntando esse número aos 95 membros da HFPA, que incluem os portugueses Rui Henriques Coimbra e Bárbara de Oliveira Pinto, serão, no total, 310 votantes.

Os nomes portugueses deste corpo eleitoral mantêm-se. Segundo um comunicado publicado no próprio site da HFPA, que cita a presidente da organização, Helen Hoehne, para quem o objectivo era ultrapassar os 300 votantes, 58% dos jornalistas (investigados e qualificados por um comité) que decidem os prémios "identificam-se como etnicamente diversos" (este ano, eram 52%).

A organização informa ainda que passará a haver entre os votantes 25% de pessoas latinas, 14% de pessoas asiáticas, 10% de pessoas negras, 9% de pessoas originárias do Médio Oriente e 42% de pessoas brancas. E que 17% dos votantes se auto-identificam como LGTBTQIA+. Estão representados 76 países, com a entrada dos Camarões, da Costa Rica, de Cuba, da Guatemala, do Cazaquistão, da Malásia, da Sérvia e da Tanzânia. A lista completa de votantes pode ser consultada na já mencionada página da HFPA.

A edição deste ano dos Globos de Ouro, que premiou sobretudo Os Fabelmans, de Steven Spielberg, e Os Espíritos de Inishiren, de Martin McDonagh, bem como a série Abbott Elementary, de Quinta Brunson, decorreu em Janeiro. Teve como anfitrião Jerrod Carmichael, que disse em palco que só estava ali por "ser negro", para dar uma boa imagem à organização. Esta apresentação altamente subversiva e confrontacional não terá agradado, segundo a revista The Hollywood Reporter, a Helen Hoehne.

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