Metade das bolsas de doutoramento fora das universidades: teme-se que só favoreça a ciência aplicada

Elvira Fortunato quer que em 2027 metade destas bolsas seja atribuída fora do ambiente académico. Especialistas apontam que a medida é apressada e prejudicial para áreas com menor tecido económico.

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Em 2020, apenas 8% dos doutorados estavam empregados em empresas Nelson Garrido

Desde a entrada no Governo, há um ano, uma das medidas mais repetidas pela ministra da Ciência, Elvira Fortunato, destina-se a um novo quadro para as bolsas de doutoramento, aplicado em tempo recorde: até 2027, pelo menos metade destas bolsas deve ser atribuída fora das universidades e dos institutos politécnicos. Mas, apesar de concordarem com o sinal positivo desta medida, os especialistas contactados pelo PÚBLICO advertem para a hipótese de o prazo de quatro anos ser apressado e de esta quota poder prejudicar as ciências não aplicadas – beneficiando áreas como as engenharias ou a saúde, por exemplo, que já recebem tipicamente mais bolsas de doutoramento.

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