IL desafia ministro João Galamba a demitir-se e exige explicações a António Costa

O desafio surge após a existência de uma reunião entre a CEO da TAP e deputados do PS, convocada pelo gabinete das Infra-Estruturas com o objectivo de “condicionar” os depoimentos, acusa a IL.

Foto
IL lançou desafios ao líder parlamentar do PS, ao primeiro-ministro e ao ministro das Infra-Estruturas Nuno Ferreira Santos

O líder da Iniciativa Liberal (IL) lançou três desafios ao Governo, sendo o último dirigido a João Galamba, que devia demitir-se. A declaração de Rui Rocha foi feita esta terça-feira quando ainda decorria a audição da CEO da TAP na comissão parlamentar de inquérito em curso Parlamento.

"Há um conjunto de factos muito relevantes e com gravidade que justificam que a IL tome sobre eles uma posição", começou por anunciar Rui Rocha, passando à sua enumeração: a declaração da CEO da TAP em que afirmava haver "pressões políticas fortes que a impediam de se concentrar na gestão da companhia"; a alteração do voo do Presidente da República; e a confirmação da existência de uma reunião entre Christine Ourmières-Widener e deputados do Partido Socialista (PS) na presença de assessores governamentais na véspera da ida da CEO a uma audição parlamentar para prestar esclarecimentos sobre a saída de Alexandra Reis.

O liberal deixou, assim, três desafios. Os dois primeiros são para Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, e António Costa, que se devem pronunciar "imediatamente" e "esclarecer toda esta situação". O último foi dirigido ao ministro das Infra-estruturas João Galamba: "O terceiro desafio é, atendendo a que esta informação não foi até ao momento negada, que o senhor ministro João Galamba se demita de funções governamentais."

O líder apontou o dedo a Galamba porque, segundo Christine Ourmières-Widener, a reunião tratou-se de uma "iniciativa de um gabinete governamental", o que, "atendendo à data não deixa dúvidas de que se tratava do gabinete do ministro João Galamba" assegura.

"É insustentável, é insuportável do ponto de vista de separação de poderes e da saúde do regime democrático, que haja uma reunião desta natureza", argumentou Rui Rocha, que diz que terá ocorrido "seguramente" para "condicionar os esclarecimentos" que a CEO da TAP iria prestar ao Parlamento.

Para os liberais, há uma "promiscuidade inaceitável", que obriga a que estes três passos e esclarecimentos "têm de ser dados nas próximas horas" se o país quer "tentar salvaguardar o mínimo de dignidade democrática" que ainda tem.

Até ao momento, não houve qualquer reacção por parte do Governo ou do ministro confrontado por Rui Rocha.

Sugerir correcção
Ler 9 comentários