Rússia terá de responder à adesão da Finlândia à NATO, diz o Kremlin

Ministro da Defesa da Federação Russa afirma que risco de conflito aumenta com a entrada do vizinho na Aliança Atlântica.

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O ministro da Defesa da Federação Russa, Serguei Shoigu (arquivo) Reuters/SPUTNIK

O Kremlin repetiu esta terça-feira que irá tomar medidas para assegurar a segurança da Rússia como resposta à adesão da Finlândia à NATO.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a adesão da Finlândia afronta a segurança e os interesses nacionais russos, acrescentando que a estrutura da NATO era hostil em relação à Rússia.

Rússia e Finlândia têm uma fronteira de 1300 km, e Moscovo já tinha afirmado que iria aumentar a presença militar estacionadas no Norte e noroeste.

O ministro da Defesa, Serguei Shoigu, disse pelo seu lado que a adesão da Finlândia aumenta o risco de conflito.

Shoigu disse ainda que alguns caças bielorrussos são agora capazes de transportar ogivas nucleares e que tinham também sido transferidos para a Bielorrúsia sistemas de rockets Iskander.

A Rússia tinha já feito várias ameaças durante as várias etapas do processo de adesão à Nato da Finlândia (e da Suécia), com o antigo primeiro-ministro e presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev, a aludir a um risco de uma “guerra nuclear total”.

Antes da reunião em Bruxelas que irá formalizar a adesão da Finlândia, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, ressalvou que o Presidente russo queria "menos NATO nas suas fronteiras" mas "está a conseguir precisamente o contrário".

A guerra na Ucrânia despertou medos na Finlândia, que levaram o país a abdicar da neutralidade imposta pela União Soviética e a um apoio de uma maioria de 75% entre a população para a adesão à aliança, quando antes da guerra apenas 25% o defendiam.