Auto-estima e o regresso à beleza natural na Expocosmética

De sábado a segunda-feira, na Exponor, em Matosinhos, decorre a 26.ª edição da Feira Internacional de Cosmética, Estética, Unhas e Cabelo, com mais de 250 expositores.

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Se, por um lado, "não é errado" fazer um tratamento facial, por outro, este "deve ser moderado" Cottonbro studio/pexels

A promoção da auto-estima é uma tendência na área da estética e da beleza e é um dos temas da Expocosmética, a feita internacional que já vai na sua 26.ª edição, na Exponor, em Matosinhos, e que começa neste sábado. "A auto-estima é fundamental e não passa apenas pelo exterior", salvaguarda a médica Simone Ayres, curadora do Congresso Nacional de Estética, Beleza e Saúde.

O tema deste encontro, que decorre no domingo, é a saúde para a beleza, e houve a preocupação de reunir especialistas em diversas áreas, da nutrição à cirurgia estética, passando pela psicologia. "O desafio é falar de beleza, mas focado na saúde", declara a médica que tem uma clínica de estética no Porto. E se a tendência é o "self-love", a auto-estima, Simone Ayres reforça a necessidade de as pessoas gostarem de si mesmas, se assim for, "a pessoa vai cuidar de si, alimentar-se bem, passar um creme no corpo... Não tem de fazer intervenção [estética]", diz a especialista, formada no Rio de Janeiro, Brasil.

Simone Ayres revela alguma preocupação com as mulheres mais jovens que, por causa da cultura das influencers e do que estas publicam nas redes sociais, bem como dos filtros que essas redes permitem usar nas fotografias, recorrem à medicina estética. "Já existem empresas de produtos injectáveis que, há alguns anos, direccionam [a sua comunicação] para as mais jovens porque elas vêem e querem reproduzir", confirma.

Se, por um lado, "não é errado" fazer um tratamento facial, por outro, este "deve ser moderado", alertando para o risco de se ficar com o rosto ou outra parte do corpo deformada. "A moda dos lábios [volumosos] passa e há sempre o regresso à naturalidade", diz. E justifica, tal como existe uma pegada ecológica, também se pode falar de uma "pegada estética" porque quando "se põe um produto no organismo, ele deixa uma memória e continua a trabalhar".

A médica chama a atenção para as jovens que não se conseguem ver sem os filtros das redes sociais e reforça a importância de gostarem de si mesmas. "Os outros vêem-nas sem filtros, por isso, é importante cuidarem da sua saúde para se sentirem bem."

Simone Ayres defende que o profissional de estética deve ser "o barómetro", o primeiro a dizer quando é que a cliente "deve parar", para que não se corra o risco de haver violência estética. "Quem regula, controla e decide é o profissional, que tem de saber dizer 'não', explicar porquê e quais as consequências". E quando o cliente insiste? "No meu caso, mando embora. É uma questão de ética profissional, não deixa de ser a minha assinatura", responde.

Por isso, é preciso trabalhar a auto-estima, insiste. E a busca pelo amor-próprio passa não só pela recomendação de exercício físico, por uma boa alimentação, por sair com os amigos, mas também por escolher os cremes adequados ou serviços que contribuam para o bem-estar da pessoa.

Entre as tendências para o sector, a Expocosmética destaca o “skinmalism”, que é a beleza natural e a dispensa do uso de produtos desnecessários, ou o “brow lifting” que tem o objectivo de conferir um efeito natural ao olhar. Já no mundo dos cabelos, destaca-se o “sleek hair”, a moda dos cabelos lisos; e na área das unhas, a tendência são as “3D manicure”, que coloca a criatividade dos profissionais à prova, diz a Exponor, em comunicado. Esta é a maior feira de beleza da Península Ibérica, com mais de 250 expositores.

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