Novo estudo corrobora tese sobre presença de actividade vulcânica em Vénus

Os cientistas analisaram imagens captadas em 1991 do vulcão mais alto de Vénus, o Maat Mons, com oito mil metros de altitude.

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O vulcão mais alto de Vénus, o Maat Mons, com oito mil metros de altitude NASA/JPL-Caltech

Um novo estudo corrobora a tese da presença de actividade vulcânica na superfície de Vénus, com os cientistas a sugerirem desta vez a existência de uma chaminé de um vulcão no planeta que mudou de forma.

O estudo, publicado na revista científica Science, resultou da análise de imagens de radar da superfície de Vénus captadas pela sonda espacial norte-americana Magalhães entre 1990 e 1992 (a sonda foi desactivada em 1994).

As imagens revelam uma chaminé vulcânica (uma das principais estruturas de um vulcão) que se expandiu e mudou de forma, indiciando actividade vulcânica recente no planeta, segundo os investigadores da universidade norte-americana do Alasca que conduziram o trabalho de análise.

Uma chaminé vulcânica é um canal por onde são expelidos gases, lavas e cinzas durante uma erupção. Em profundidade, as chaminés têm, por vezes, a forma de fenda, podendo a mesma fenda corresponder a diferentes chaminés.

Muitos vulcões foram identificados na superfície de Vénus e, apesar de nenhum deles ter sido observado em erupção, alguns estudos anteriores sugeriram que a actividade vulcânica contínua em Vénus poderia ocorrer em várias regiões do planeta.

No novo estudo, os cientistas argumentam que a chaminé do vulcão mais alto de Vénus, o Maat Mons, com oito mil metros de altitude, expandiu-se e mudou de forma entre duas imagens registadas em 1991 pela sonda Magalhães, uma em Fevereiro e outra em Outubro.

De acordo com o artigo da Science, alterações na superfície adjacente podem ter sido causadas por um fluxo de lava que emanou da chaminé, com os investigadores a interpretarem essas alterações como indícios de actividade vulcânica recente em Vénus.

A superfície do planeta é descrita como geologicamente jovem quando comparada com a de todos os outros corpos rochosos do nosso sistema solar, com excepção da Terra e de Io, uma das luas de Júpiter.

Em 2015, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou que a sonda Venus Express (já desactivada) detectara a presença de actividade vulcânica no planeta, após oito anos de observações. Segundo avançou a ESA na altura, Vénus tem a superfície coberta de vulcões e antigas "línguas" de lava.

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