Trabalhadores da TVI votam nova proposta da gestão dois dias antes da greve

Greve já marcada na estação de televisão e restante grupo Media Capital, para quarta-feira seguinte, não terá serviços mínimos.

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Daniel Rocha

Os trabalhadores da TVI vão reunir-se na segunda-feira em plenário extraordinário para discutir uma nova proposta da administração, que prevê, entre outras medidas, aumentos entre 3% e 8%, subida do subsídio de refeição e 25 dias de férias.

Esta proposta do conselho de administração da TVI, em resposta às exigências dos trabalhadores, que têm uma greve marcada para dia 15 de Março (próxima quarta-feira), surgiu na sexta-feira ao fim do dia, na mesma altura em que o Ministério do Trabalho comunicou que não haveria serviços mínimos, segundo o Sindicato dos Jornalistas (SJ). A greve prevista engloba todos os trabalhadores do grupo Media Capital, além dos do canal TVI.

Na sexta-feira à tarde realizou-se uma reunião de conciliação para falar dos serviços mínimos, convocada pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), na qual o Sindicato dos Jornalistas não compareceu por entender que a mesma “não fazia sentido”, porque não há lugar a serviços mínimos em televisão, e que se tratava de uma “tentativa de condicionamento de direito à greve”, disse à Lusa Luís Simões, presidente do (SJ).

Ao final do dia, o sindicato foi notificado pela DGERT de que não há serviços mínimos, afirmou, acrescentando ter tido entretanto conhecimento de uma contraproposta da administração da TVI, que será votada na segunda-feira, às 15h.

De acordo com um comunicado da comissão de trabalhadores (CT), a que a Lusa teve acesso, a nova proposta visa aumentos entre 3% e 8%, estando previstas situações excepcionais de actualizações na ordem dos 25% para salários muito baixos.

A CT refere que, segundo os números da administração, a nova proposta abrange 84% dos trabalhadores da TVI, num universo total de 463 trabalhadores, e que o tecto máximo para estes aumentos são os salários de 3750 euros mensais brutos.

Segundo o conselho de administração, citado pela CT, o valor médio de aumentos ronda, com esta nova proposta, os 5,3%, de forma a dar resposta aos valores de recomendação do Governo para 2023 (5,1%).

A administração propõe ainda aumento do subsídio de refeição para o valor máximo não tributado em cartão refeição – aproximadamente 183 euros mensais – para todos os trabalhadores, e 25 dias de férias.

Relativamente às notas da avaliação, só serão consideradas, na proposta, para corrigir o aumento para valores superiores ao estabelecido inicialmente.

A administração lembrou ainda a CT de que a empresa já avançou para suportar o aumento dos seguros de saúde, de forma a que esse aumento não se reflicta nos trabalhadores, e corrigiu as pernoitas em deslocação ao estrangeiro, que passam a ser pagas a 40 euros por dia a partir do primeiro dia, e não 30 euros a partir do terceiro dia de deslocação, como anteriormente.

Em 7 de Março, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) convocou uma greve dos jornalistas da TVI para 15 de Março, reivindicando aumentos salariais para todos os trabalhadores indexados ao valor da inflação de 2022 (a rondar os 8%), aumento do subsídio de refeição para 8,32 euros, aplicável a todos os trabalhadores e 25 dias de férias para todos os trabalhadores.

Também é reclamada a “actualização dos valores das bandas do plano de carreiras (mínimo e máximo) de acordo com percentagem do aumento do salário mínimo nacional em 2023 (7,8%), de forma a assegurar que existe evolução nos números de referência”.

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