Ministro da Saúde acredita em consenso para evitar greve de médicos

Manuel Pizarro garante estar disponível para “negociar de boa-fé com as várias classes profissionais”. FNAM mantém greve marcada para 8 e 9 de Março.

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O ministro da Saúde, Manuel Pizarro LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

O ministro da Saúde reconheceu esta sexta-feira que a greve dos médicos marcada para Março o preocupa, mas diz acreditar na possibilidade de encontrar “pontos de consenso suficientes” nas negociações para evitar estas formas de luta.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) afirmou na quinta-feira que está de “boa-fé” nas negociações com o Governo, mas assegurou que mantém a greve marcada para 8 e 9 de Março devido ao “impasse” deste processo.

Questionado pelos jornalistas sobre a greve, à margem da inauguração da escultura Heróis da Pandemia, promovida pela Ordem dos Médicos em homenagem aos clínicos, Manuel Pizarro adiantou que há uma agenda negocial acordada entre o Ministério da Saúde e os sindicatos que decorrerá até Junho e que tem “muita expectativa” de que seja possível encontrar até lá “muitas plataformas de entendimento” para que essas formas de luta não sejam necessárias.

Escusando-se a comentar o exercício de direito legítimo que os sindicatos têm em utilizar estas formas de luta, o ministro reconheceu que a situação o preocupa. Contudo, insistiu, “um tango dança-se a dois, uma negociação faz-se a dois, a garantia que eu dou é disponibilidade para o diálogo”.

Questionado sobre se viu os protestos de quinta-feira à porta do Ministério da Saúde, o ministro disse que estava na reunião de Conselho de Ministros, mas que vê televisão e lê jornais, estando ao corrente das diferentes reivindicações.

“Nós estamos a negociar com o conjunto das profissões da saúde, nuns casos com mais sucesso, noutros casos ainda com um pouco mais de atraso, mas nós reconhecemos a importância dos profissionais e a sua valorização”, afirmou, sublinhando que a disponibilidade do Ministério é “negociar de boa-fé com as várias classes profissionais”.

O ministro afirmou ainda que os anos de pandemia foram “muito exigentes” para os portugueses, e "duplamente exigentes para os profissionais de saúde, que tiveram de estar muito mobilizados, sofreram muito desgaste e isso agora tem de ser compreendido e compensado”.

Destacou o acordo realizado com a grande maioria dos sindicatos dos enfermeiros, alcançado no mês de Dezembro e cujo processo continua em curso, de revalorizar a carreira de cerca de 20 mil enfermeiros cuja posição remuneratória foi valorizada.

Em alguns casos, os enfermeiros estavam a trabalhar desde 2004 sem essa valorização, disse, considerando que “é uma mudança muito significativa” que a classe profissional reconhece.

Questionado ainda sobre quando será publicada a portaria com as regras de funcionamento da Direcção Executiva do SNS, Manuel Pizarro adiantou que espera que nas próximas semanas esse assunto esteja encerrado.

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