Sascha “apanhou” um leopardo e tornou-o na melhor fotografia de vida selvagem de 2022

É um desafio capturá-lo em imagens, mas o leopardo-das-neves foi o protagonista do Prémio Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano 2022 e bateu recordes. Veja as fotografias mais votadas.

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"O mundo do leopardo-das-neves", por Sascha Fonseca, foi a escolha do público Sascha Fonseca/2022 Wildlife Photographer of the Year

Parou para ver o sol a adormecer por trás das montanhas de Ladaque, a norte da Índia, e acabou na posição perfeita para ser eternizado numa imagem. Foi assim que este leopardo-das-neves – conhecido como “fantasma das montanhas” por ser muito difícil de fotografar – valeu a Sascha Fonseca o prémio da escolha do público para Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano 2022, cujos resultados foram anunciados esta quinta-feira.

O Museu de História Natural, que dinamiza a competição, registou um número recorde de mais de 60 mil votos na criação do fotógrafo luso-alemão, que se tornou na favorita do público entre as 25 imagens seleccionadas. Para Douglas Gurr, director da instituição, o número de votos “ilustra a forma como a vida selvagem pode aliciar e inspirar o público com as maravilhas da natureza”.

“A fotografia pode ligar pessoas à vida selvagem e encorajá-las a apreciar a beleza do mundo natural invisível. Eu acredito que uma maior compreensão da vida selvagem leva a um carinho mais profundo que, oxalá, resulte em apoio activo e maior interesse público pela conservação”, afirma Sascha, cuja imagem vai ficar exposta no Museu de História Natural até Julho.

A fotografia, intitulada “O mundo do leopardo-das-neves”, foi tirada durante um projecto de três anos que usava armadilhas fotográficas – aparelhos equipados com sensores de movimento ou infravermelhos que fotografam automaticamente – no topo do Himalaia Indiano.

Além de ser um desafio capturar este animal com a lente de uma câmara fotográfica por se camuflar facilmente, a população de leopardo-das-neves é, actualmente, muito reduzida. Com cerca de 6500 adultos na natureza, estes felinos estão ameaçados devido à caça furtiva, perda de habitat e conflitos com seres humanos.

Já não é a primeira vez que uma imagem do leopardo-das-neves é distinguida no concurso. Em 2008, Steve Winter resistiu a temperaturas abaixo dos 40 graus negativos para conseguir a foto dos seus sonhos, que também lhe valeu um prémio do Museu de História Natural.

"Por entre as flores", de Martin Gregus Martin Gregus/2022 Wildlife Photographer of the Year
"A aguentar-se", de Igor Altuna Igor Altuna/2022 Wildlife Photographer of the Year
"Carinho de raposa", de Brittany Crossman Brittany Crossman/2022 Wildlife Photographer of the Year
"Retrato de Olobor", de Marina Cano Marina Cano/2022 Wildlife Photographer of the Year
Fotogaleria
"Por entre as flores", de Martin Gregus Martin Gregus/2022 Wildlife Photographer of the Year

Brincadeiras de bebé e uma predadora implacável entre as finalistas

Além da fotografia vencedora, o prémio Fotógrafo de Vida Selvagem destaca quatro imagens “altamente elogiadas” pelo público. Entre as menções honrosas, está a fotografia de um urso polar bebé a brincar entre as flores na Baía de Hudson, capturado por Martin Gregus. A intenção do fotógrafo canadiano era mostrar o mundo pelos olhos da cria, que conseguiu capturar num dos momentos em que esta levantava a cabeça para procurar a mãe.

Igor Altuna atraiu os olhos dos votantes ao contar, com o clique de um botão, a história do dia em que viu uma predadora implacável em acção: uma fêmea de leopardo tinha matado um macaco no Parque Nacional de Luangwa Sul, no Zâmbia. Com a cria do animal ainda viva e agarrada à mãe, a predadora levou ambos os animais ao seu próprio bebé, que brincou com o pequeno macaco durante mais de uma hora antes de lhe tirar a vida, como se de uma aula de caça de tratasse.

Finalista é também uma das criações favoritas de Brittany Crossman, onde a sua lente foca um casal de raposas a trocar afectos em pleno Inverno – época reprodutiva destes animais, sendo comuns estas interacções antes do acasalamento –, bem como um retrato digno de ser emoldurado de Olobor, um leão do Quénia, pelo olhar de Marina Cano.

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