Medina trava professores com “equilíbrio” das “contas públicas”

O ministro das Finanças avisa que “o país não tem só professores” e que é preciso “ter em conta a situação geral”.

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Fernando Medina foi entrevistado no Jornal da Uma da TVI Nuno Ferreira Santos

O ministro das Finanças remeteu esta quarta-feira a responsabilidade sobre as negociações do Governo com os professores para o ministro da Educação, mas deixou claro que do lado das Finanças será difícil corresponder às reivindicações dos docentes. "Temos de cuidar do equilíbrio das nossas contas públicas", afirmou Fernando Medina em entrevista à TVI.

No Jornal da Uma, o ministro defendeu as propostas do Governo para os professores que, diz, procuram "evitar" que os docentes andem com "a casa às costas". Mas lembrou que, embora "com respeito pelos professores, pelas suas reivindicações que entendem ser justas, temos de ter em conta a situação geral do país".

"O país não tem só professores. Tem professores, enfermeiros, médicos, funcionários da administração pública, um conjunto vasto de profissionais", afirmou, em jeito de aviso aos docentes.

Apesar do aumento de "receitas" do Estado em 2022, o ministro lembrou que o défice acabou "próximo do esperado" e frisou que não só o Governo devolveu essas receitas aos portugueses como a descida da dívida pública já beneficia os professores. "Temos de cuidar do equilíbrio das nossas contas públicas para hoje e para o futuro", declarou.

Relativamente à investigação do Ministério Público à Câmara Municipal de Lisboa, que envolve Medina e sobre a qual o ministro já pediu para ser ouvido, notou que "é natural que o ministro das Finanças seja o alvo preferencial da oposição". "Tem sido um clássico da política portuguesa", disse. Mas garantiu que "faz parte da função" e que vive "bem com isso".

Já sobre a polémica relacionada com a Jornada Mundial da Juventude, que custará ao Governo 36,5 milhões e à autarquia lisboeta outros 35 milhões, o ministro referiu apenas que as obras já estavam lançadas desde o seu mandato enquanto presidente da câmara, cabendo agora ao município tomar decisões, e afirmou esperar "que as jornadas corram bem".

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