António Costa anuncia novo apoio extraordinário de 240 euros

O montante, uma prestação única, vai ser pago já a partir do próximo dia 23 de Dezembro e destina-se apenas a pensionistas e beneficiários de prestações sociais, como a tarifa social de energia.

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Ana Catarina Mendes com António Costa, que considera que a "inflação é muito desigualitária nos seus efeitos" LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Conselho de Ministros vai aprovar uma nova prestação extraordinária, de 240 euros, destinada a apoiar as famílias mais vulneráveis, avançou o primeiro-ministro em entrevista à revista Visão. Este apoio extra não será para todas as pessoas com rendimentos brutos até 2700 euros, como aconteceu em Outubro, mas antes para pensionistas ou beneficiários de prestações sociais, como a tarifa social de energia, e abrange um milhão de famílias.

“Esta semana o Conselho de Ministros vai aprovar um outro aumento para as famílias mais vulneráveis, de uma prestação extraordinária, de 240 euros, que corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre”, disse António Costa na entrevista que a Visão está a antecipar esta quarta-feira de manhã e que será publicada na íntegra ainda esta quarta-feira.

E entre a próxima semana e o final do ano um milhão de famílias que têm prestações mínimas, que beneficiam da tarifa social de energia, vão receber mais 240 euros. Começa a ser pago no dia 23 de Dezembro e será pago até ao final do ano, explicou.

A revista avança que este apoio extra será pago pelas vias normais da Segurança Social, juntamente com a prestação normal, até ao final do ano, segundo revelou o primeiro-ministro em entrevista à revista.

A medida vai abranger um universo de um milhão de famílias e constitui, portanto, um esforço de 240 milhões de euros. O novo apoio extraordinário abrange os mesmos que já foram contemplados em duas prestações extraordinárias, este ano, em duas tranches de 60 euros cada, no final dos primeiro e segundo trimestres, ou seja, todas as famílias que já são abrangidas pela tarifa especial de electricidade ou recebem prestações mínimas.

O apoio dirigido às classes mais vulneráveis junta-se ao que foi pago em Outubro que tinha como destinatários a classe média e que terá chegado a 5,8 milhões de pessoas.

Esse apoio foi de 125 euros e pago às pessoas com rendimentos brutos até 2700 euros por mês. Ambos têm como objectivo ajudar as famílias a enfrentar a inflação.

Costa explica que a inflação é muito desigualitária nos seus efeitos. Os preços têm subido para todos, mas nem todos temos a mesma capacidade de acomodar a subida dos preços, afirmou para justificar a razão por que desta vez o Governo se dirige aos mais vulneráveis.

Na mesma entrevista, o chefe do executivo explica que em Setembro o Governo percebeu que era preciso responder à classe média e que o apoio pago em Outubro coincidiu com uma altura em que as famílias têm um acréscimo de despesa com o regresso às aulas.

Desta vez, em Dezembro, encontrámos folga para esta medida, específica para as famílias mais vulneráveis, sejam pensionistas, sejam beneficiários de prestações sociais, diz Costa na mesma entrevista à Visão.

A inflação na zona euro recuou em Novembro, depois de subidas consecutivas, mas este alívio não chega para acalmar o Banco Central Europeu (BCE). É esperado que a instituição continue a pressionar para uma subida nos juros que têm pesado no valor das prestações de crédito à habitação.

Para ajudar nesta frente, o Governo aprovou um diploma que permite aos detentores de crédito à habitação renegociar as condições dos mesmos por forma a aliviar os aumentos derivados das decisões de Frankfurt.

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