À 15.ª votação, Kevin McCarthy eleito líder da Câmara de Representantes dos EUA

Após quatro dias de votações, o republicano foi finalmente eleito. Prometeu procurar “um equilíbrio” com as políticas do Presidente Joe Biden.

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O republicano Kevin McCarthy após a eleição como líder da Câmara dos Representantes EPA/JIM LO SCALZO

O republicano Kevin McCarthy foi eleito líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, superando resistências nas fileiras do próprio partido. O novo speaker prometeu procurar “um equilíbrio” com as políticas do Presidente Joe Biden.

Depois de quatro dias de votações, McCarthy conseguiu convencer mais de uma dúzia de conservadores, já depois de à 14.ª tentativa, na noite de sexta-feira, ter falhado a eleição por apenas um voto.

McCarthy teve de ceder a algumas exigências, entre elas o restabelecimento de uma regra de longa data da câmara baixa do Congresso que permitirá a qualquer membro pedir uma votação para o expulsar do cargo, o que pode fazer do republicano um líder já enfraquecido, não só por ter cedido alguns poderes, mas sobretudo pela constante ameaça de ser afastado.

Eleger um speaker é normalmente uma tarefa fácil para um partido que acaba de ganhar o controlo da maioria. Mas não desta vez: cerca de 200 republicanos foram impedidos por outros 20 colegas que afirmavam que Kevin McCarthy não é suficientemente conservador.

O líder da Câmara dos Representantes é a terceira maior autoridade do país, depois do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da vice-Presidente, Kamala Harris, que também preside ao Senado.

Os membros da Câmara dos Representantes, incluindo McCarthy, prestaram juramento esta madrugada após dias de caos político, embora não tenham aprovado as regras que irão reger o funcionamento da câmara baixa, uma vez que decidiram suspender a sessão até segunda-feira.

Kevin McCarthy quer “equilíbrio” com políticas de Biden

Kevin McCarthy desafiou os Democratas no discurso de abertura do Congresso e garantiu empenho em conseguir “um equilíbrio” com as políticas de Biden.

“Não há nada mais importante do que tornar possível às famílias americanas viver e desfrutar das vidas que merecem, e é por isso que estamos empenhados em acabar com o desperdício de Washington para baixar o preço dos alimentos, gás, habitação e acabar com o aumento da dívida nacional”, afirmou o speaker da Câmara dos Representantes.

Perante as dificuldades para conseguir os votos suficientes no próprio partido, McCarthy frisou que “está na hora” de supervisionar a agenda da Casa Branca, apontando como prioridades a imigração, a política energética e “a doutrinação progressista nas escolas”, já depois de Biden ter expressado em comunicado a sua vontade de colaborar.

“Temos de assegurar a fronteira, não mais ignorando uma crise de segurança e soberania”, observou o líder da Câmara dos Representantes, que reiterou a expectativa de aprovar iniciativas legislativas para enfrentar "a fronteira sul aberta”.

McCarthy destacou também dois "desafios a longo prazo" na Câmara: a dívida e a ascensão do Partido Comunista Chinês.

"O Congresso deve falar a uma só voz sobre estas duas questões", disse o líder da maioria republicana, sublinhando que pretende criar um comité bipartidário sobre a China "para investigar como trazer centenas de milhares de empregos deslocados" de volta para os EUA.

E embora tenha manifestado a sua vontade de “trabalhar com todos”, o dirigente republicano aludiu ao trabalho do comité legislativo apoiado pelos Democratas que investigou o ataque ao Capitólio há dois anos e o papel desempenhado pelo ex-Presidente Donald Trump.

"Acabaram-se as investigações unilaterais, as ideias concorrentes serão testadas perante o público para que ganhem as melhores", advertiu.


Notícia actualizada às 10h36 com declarações de Kevin McCarthy

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