FMI avisa: economia global enfrenta ano mais difícil em 2023

Directora-geral do Fundo Monetário Internacional admite que um terço da economia mundial vai estar em recessão, incluindo metade dos países da União Europeia.

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Directora do FMI, Kristalina Georgieva, está mais pessimista em relação à evolução das principais economias mundiais EPA/ERIK S. LESSER

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva​, antecipa um cenário mais pessimista para grande parte da economia global, em 2023, pelo facto de os principais motores do crescimento global – Estados Unidos, Europa e China – “estarem a desacelerar, em simultâneo”.

Neste domingo, na CBS, Georgieva admitiu que 2023 será "mais difícil do que o ano que deixámos para trás”, o que permite antever que o FMI poderá fazer brevemente nova revisão em baixa das perspectivas de crescimento para a economia mundial.

Em relação à Europa, a directora-geral do FMI prevê que metade dos países da União Europeia, cujas economias foram "severamente atingidas" pela guerra na Ucrânia, entrará em recessão em 2023.

A economista destaca como principal preocupação o abrandamento da economia chinesa, considerando que, “pela primeira vez em 40 anos, o crescimento em 2022 provavelmente será igual ou inferior ao crescimento global”. Paralelamente, a esperada “explosão” de casos de covid-19 nos próximos meses provavelmente afectará ainda mais a economia chinesa este ano e prejudicará o crescimento regional e global.

"Os próximos meses serão difíceis para a China, e o impacto no crescimento chinês será negativo, o impacto na região será negativo, o impacto no crescimento global será negativo", afirmou Kristalina Georgieva.

As perspectivas para a economia dos EUA são melhores, com a economista a admitir que poderão evitar a contracção total que provavelmente afectará até um terço das economias do mundo.

Os "EUA são mais resilientes", disse, e "podem evitar a recessão. Vemos que o mercado de trabalho continua bastante forte".

Kristalina Georgieva salvaguarda, contudo, que esse facto por si só representa um risco porque pode prejudicar o progresso que a Reserva Federal norte-americana (Fed) precisa de fazer para trazer a inflação dos EUA para perto do seu nível desejado, de 2%. "Isso é... uma bênção mista, porque se o mercado de trabalho estiver muito forte, a Fed pode ter de manter as taxas de juros mais rígidas por mais tempo para reduzir a inflação", disse.

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