Jornalista de desporto é obrigado a relatar mau tempo e torna-se viral

Vídeo de jornalista norte-americano a fazer comentários sarcásticos sobre a tempestade no estado do Iowa, na madrugada de quinta-feira, provocou milhares de reacções nas redes sociais.

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Mark Woodley num dos directos na madrugada de quinta-feira DR

Mark Woodley não estava com muita paciência para ir trabalhar às 4h30 da manhã de quinta-feira. Ao chegar à redacção do canal KWWL, em Waterloo, no estado norte-americano do Iowa, com apenas três horas de sono, o jornalista de desporto pegou no microfone e ouviu o pivô Ryan Witry a perguntar-lhe como se sentia.

Num dia normal, Woodley estaria a aproveitar a madrugada para repor o sono em falta, após uma noite a fazer a cobertura jornalística dos jogos nas escolas secundárias e nas universidades do Iowa. Em vez disso, estava na rua, a gravar o primeiro de 14 directos debaixo de temperaturas negativas e fustigado por rajadas de vento de 30 km/h.

A resposta que deu ao colega, e a decisão de assumir o papel de repórter sarcástico durante as três horas e meia seguintes, tornou-se viral.

"Sinto-me como me sentia há cerca de oito minutos, quando me fizeste a mesma pergunta", disse Woodley. "Eu costumo cobrir acontecimentos desportivos, mas como os jogos dos próximos dias foram cancelados, parece que esta é a melhor altura para se pedir ao tipo do desporto para vir trabalhar cinco horas antes do que era suposto, com a tarefa de ficar aqui fora, exposto ao vento, à neve e ao frio, a dizer às outras pessoas para não fazerem o mesmo."

"Não mudem de estação nas próximas duas horas se quiserem ver-me a ficar cada vez mais rabugento."

Quando Woodley regressou a casa, publicou no Facebook os melhores momentos do seu trabalho da madrugada, para entretenimento da família e dos amigos. E, a pedido da cunhada, partilhou o vídeo no Twitter pouco antes do meio-dia.

Em poucas horas, os seus comentários como repórter de meteorologia estavam em todo o lado.

Woodley é um de dois repórteres de desporto na sua estação de rádio e está habituado a ter um trabalho dinâmico. Mas as suas tarefas costumam envolver escolas e temperaturas mais ou menos confortáveis. E, apesar de saber que teria de ajudar na cobertura da meteorologia, só soube em cima da hora que iria fazer reportagens na rua.

"Nós não somos diferentes de qualquer outra empresa no país, temos falta de pessoal", disse Woodley à agência Reuters. "Muitos de nós somos obrigados a fazer muitas coisas diferentes. O nosso director, por exemplo, entrou às 6h da manhã para vir gravar o meu último directo."

Na entrevista à Reuters, Woodley quis clarificar que as condições meteorológicas nos EUA, que estão a afectar milhões de norte-americanos, não são motivo de riso. E espera que algumas das pessoas que o viram na televisão tenham ficado em casa por causa do tom que usou nos seus directos. Ao mesmo tempo que fazia comentários sarcásticos, também dava conselhos e transmitia alertas — informações que Woodley não incluiu no vídeo que partilhou no Twitter.

"A tempestade é tudo menos uma piada", disse o jornalista. "Mas esta não é a minha função habitual. Estava a trabalhar com apenas três horas de sono, e talvez por isso tenha ficado um pouco mais rabugento do que o habitual. Mas eu decidi aproveitar e divertir-me um pouco com a situação. Talvez as pessoas prestassem mais atenção dessa forma."

Das milhares de respostas que recebeu nas redes sociais, a sua preferida foi a do realizador Judd Apatow, que partilhou o vídeo com um único comentário: "Lenda."

"Quantas pessoas podem dizer o mesmo? Eu sou um simples jornalista de desporto de Waterloo, no Iowa, e estamos a falar de Judd Apatow", disse Woodley.

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