O Portugal que eu sonhei para o meu filho

António Costa está à frente dos destinos do país há sete anos, tantos quantos o meu filho tem de vida. O que aconteceu nestes sete anos em Portugal?

Um país com rumo, a convergir com a Europa, com uma economia saudável e serviços públicos de excelência para servir o cidadão. É este o Portugal que sonhei para o meu filho e que pode ser uma realidade a curto/médio prazo.

António Costa está à frente dos destinos do país há sete anos, tantos quantos o meu filho tem de vida. O que aconteceu nestes sete anos em Portugal? Convergiu com a Europa? Não, divergiu e vai ser ultrapassado por aquele que era o país mais pobre da União Europeia, a Roménia. Diminuiu a pobreza? Não, continua estrutural e “agarra” 20% da população. Pior: em 2021, Portugal teve o maior agravamento da pobreza na União Europeia. Melhorou a qualidade dos serviços públicos? Não, os anos letivos começam com milhares de alunos sem professores e, ano após ano, lidamos com a falta de resposta dos serviços de saúde – quando não o caos, como tem estado a acontecer.

Nestes sete anos, ressalvando os anos mais duros da pandemia – que afetaram a Europa e os seus mais próximos parceiros por igual –, António Costa lidou com uma conjuntura económica favorável, com a Europa e os EUA recuperados da grave crise económica e financeira. Beneficiou do aumento do turismo, o que permitiu baixar o desemprego. António Costa teve a oportunidade de realizar as reformas estruturais de que o país precisa, mas nada fez.

A pandemia, paradoxalmente, trouxe uma nova oportunidade para Portugal mudar de rumo. A “bazuca” de fundos europeus, o Plano de Recuperação e Resiliência, poderia fazer a diferença para perspetivarmos um país de futuro, mas menorizou o tecido empresarial, como bem criticaram as suas associações, e revelou a falta de ambição do Governo, como acertadamente notou, por exemplo, uma entidade independente como o Conselho Económico e Social.

O Governo socialista de António Costa não ajuda o país a crescer, não tem estratégia, deixa os seus melhores fugirem para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida e de trabalho. É um “dos Governos mais centralistas que o nosso país já teve”, nas palavras acertadas da ministra Ana Abrunhosa, que atrofia as possibilidades das suas regiões e, em particular, da região Norte.

No Norte, temos um tecido empresarial experiente e empenhado na inovação, que conjuga com uma vocação fortemente exportadora. No Norte, temos universidades com investigação de excelência, que formam alunos altamente qualificados. No Norte, temos uma cada vez maior ligação entre a indústria e a universidade. No Norte, temos a força e a vontade de vencer.

Citando o Prof. Cavaco Silva, “deixem-nos trabalhar”! Sr. primeiro-ministro António Costa, quebre os entraves que impedem o Norte de voltar a ser o motor do desenvolvimento em Portugal. Apoie a inovação, reveja a política fiscal que estrangula as empresas, desburocratize, faça as reformas estruturais de que o país necessita e nós, no Norte, faremos o que é preciso para promover o crescimento económico e social. O Portugal com que sonhei para o meu filho não é uma miragem. Está ao nosso alcance.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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