José António Cerejo distinguido com Prémios Tágides 2022

O ex-ministro João Cravinho, a arquitecta Helena Roseta e o jornalista Luís Rosa foram outros dos vencedores dos prémios que distinguem o combate à corrupção e a defesa da cultura de integridade.

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José António Cerejo Rui Gaudêncio

O jornalista José António Cerejo, que recentemente denunciou no PÚBLICO negócios duvidosos na autarquia de Caminha, foi um dos vencedores dos Prémios Tágides, que distinguem o combate à corrupção e a defesa da cultura de integridade. O ex-ministro João Cravinho, a arquitecta Helena Roseta e o jornalista Luís Rosa estão também entre os galardoados deste ano.

Os Prémios Tágides 2022 foram entregues numa cerimónia na Fundação Oriente e são a segunda edição de uma iniciativa da Associação All4Integrity que pretende com os galardões sublinhar a "importância decisiva de mobilizar a sociedade civil com vista a identificar, reconhecer, celebrar e premiar projectos, trabalhos e/ou iniciativas de pessoas que se destaquem na promoção de uma cultura de integridade e prevenção e luta contra a corrupção em Portugal, em várias áreas da sociedade".

O ex-ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território do Governo socialista de José Sócrates foi distinguido na categoria Iniciativa Política, por decisão do júri que nesta categoria era presidido por Vera Jardim, ex-ministro da Justiça de António Guterres.

O júri integrava ainda o politólogo António Costa Pinto, o ex-ministro da Economia de Pedro Passos Coelho e actual economista-chefe da OCDE, Álvaro Santos Pereira, a ex-ministra das Finanças de Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, e a procuradora jubilada do Ministério Público, Maria José Morgado, que na primeira edição venceu o galardão na categoria Projecto de Investigação.

Citado em comunicado sobre a cerimónia de entrega de prémios, o presidente da All4Integrity, André Corrêa d'Almeida, disse que "Portugal também tem bons exemplos e em diferentes áreas sociais", como no "jornalismo, passando pela investigação e acabando até na própria política".

"Esses exemplos precisam de ser evidenciados e reconhecidos pelos seus méritos, esperando que possam inspirar ainda mais a sociedade civil portuguesa como um todo", acrescentou.

A edição de 2022 distinguiu ainda na categoria Iniciativa Local a arquitecta Helena Roseta, autora da primeira Lei de Bases da Habitação em Portugal, aprovada em 2019 na Assembleia da República, sendo também a responsável pela criação do Movimento Cidadãos Por Lisboa, assim como do Programa Bairros Saudáveis, um projecto construído durante a pandemia e dirigido a comunidades vulneráveis, tendo em vista a sua capacitação.

Os dois jornalistas distinguidos pelos Prémios Tágides 2022 foram: na categoria Projecto de Investigação o grande repórter do PÚBLICO José António Cerejo, um trabalho que levaria à demissão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves; e na categoria Projecto da Sociedade Civil, o jornalista do Observador Luís Rosa, que recentemente lançou o livro O Governador, sobre o mandato de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal.

Foi ainda galardoado o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Eduardo Figueiredo, na categoria Iniciativa Jovem.

O júri não encontrou mérito nos candidatos à categoria Iniciativa Empresarial, não nomeando nenhum vencedor.

"Apesar da elevada consideração por todos os candidatos, foi opinião consensual que não se destacam nesta categoria, pelo que não faria sentido atribuir Prémio. A Menção Honrosa seria igualmente inadequada porque significaria "admitido, mas pouco qualificado para Prémio", o que de todo se não pretende. O que se pretende é prestigiar a iniciativa com um elevado nível de exigência. O Júri considera esta iniciativa de alto valor e exorta a que na próxima edição seja estudada com profundidade a forma de atrair eficazmente líderes empresariais que se tenham distinguido nas suas práticas de prevenção da corrupção", lê-se no comunicado.

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