Em oito meses, o Governo já soma sete demissões

O Governo tomou posse em Março, mas já regista sete saídas de governantes e algumas mudanças nas pastas da Saúde, Economia e Finanças. E também do recém-criado cargo de adjunto do primeiro-ministro.

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O Governo tomou posse a 30 de Março deste ano Nuno Ferreira Santos

Em oito meses de Governo, sete membros do executivo já se demitiram ou foram demitidos. Depois de tomarem posse em Março, Marta Temido, António Lacerda Sales, Maria de Fátima Fonseca, Sara Guerreiro, Miguel Alves e, agora, João Neves e Rita Marques não chegaram ao fim da legislatura (nem do ano). Com a saída do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro e do secretário de Estado da Economia, Costa aproveitou também para fazer uma remodelação na pasta das Finanças, devido à saída de António Mendonça Mendes.

A primeira baixa ocorreu em Maio quando Sara Abrantes Guerreiro, secretária de Estado da Igualdade e Migrações, se demitiu apenas um mês após assumir o cargo, por motivo de doença. Foi substituída por Isabel Almeida Rodrigues que até então era deputada do PS pelo círculo eleitoral dos Açores.

Seguiu-se Marta Temido, ministra da Saúde desde 2018, que apresentou a sua demissão ao primeiro-ministro em Agosto “por entender que deixou de ter condições para se manter no cargo”. A decisão foi tomada na sequência do fecho generalizado das urgências hospitalares, em especial de obstetrícia, um pouco por todo o país.

Com a governante, saíram António Lacerda Alves e Maria de Fátima Fonseca, ambos secretários de Estado da Saúde. À frente do ministério ficou Manuel Pizarro, ex-presidente da delegação socialista portuguesa no Parlamento Europeu, em conjunto com os novos secretários de Estado da Saúde e da Promoção da Saúde, Ricardo Mestre e Margarida Tavares, respectivamente.

António Costa aproveitou estas mudanças na equipa para nomear, em Setembro, Miguel Alves como secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, uma figura que até então não existia na orgânica deste Governo. Mas o ex-presidente da câmara de Caminha ficou apenas dois meses no cargo. No passado dia 10, demitiu-se depois de ser acusado pelo Ministério Público pelo crime de prevaricação.

Esta terça-feira, somaram-se mais duas demissões. Logo após estar terminado o processo orçamental, o ministro da Economia pediu a demissão do secretário de Estado João Neves e da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques. Note-se que ambos se mostraram críticos face à posição de Costa Silva acerca da descida transversal do IRC.

O primeiro-ministro utilizou a ocasião para ocupar o lugar deixado vago por Miguel Alves com o actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes.

O Presidente da República já aceitou a exoneração dos ex-secretários de Estado, bem como os novos nomes propostos por António Costa. Na pasta da Economia, será Pedro Cilínio, gestor e director na IAPMEI, a exercer a função de secretário de Estado. No turismo, o primeiro-ministro nomeou Nuno Fazenda, deputado eleito por Castelo Branco. Ainda não é conhecido o nome do novo governante dos Assuntos Fiscais.

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