Nasceu uma quinta subterrânea num abrigo de guerra em Londres

A empresa Zero Carbon Farms usa um abrigo subterrâneo da Segunda Guerra Mundial para reinventar a agricultura. Cultiva 30 metros abaixo do chão, com energias renováveis e menos recursos naturais.

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A directora de desenvolvimento comercial da Zero Carbon Farm Olivia O'Brien,A directora de desenvolvimento comercial da Zero Carbon Farm Olivia O'Brien REUTERS/Maja Smiejkowska, REUTERS/Maja Smiejkowska
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Tommaso Vermeir, o agricultor chefe da quinta REUTERS/Maja Smiejkowska
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O agricultor chefe da quinta Tommaso Vermeir inspecciona as sementes prontas a plantar REUTERS/Maja Smiejkowska
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Londres
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Num abrigo subterrâneo da Segunda Guerra Mundial, onde as carreiras do metro de Londres podem ser ouvidas de cima, folhas aromáticas de coentros inclinam-se para o brilho cor-de-rosa das lâmpadas LED - uma visão de como as quintas podem vir a ser no futuro.

Zero Carbon Farms é uma empresa que produz ervas aromáticas e vegetais em Clapham, no sul de Londres, uma área densamente povoada sem espaço para agricultura convencional. Mas, a 30 metros abaixo do chão, há um quilómetro de túneis, e a tecnologia fez com que cultivar aí fosse uma realidade.

Sete anos após a sua primeira colheita, a empresa vai, em breve, duplicar o seu espaço para plantações, de forma a responder à demanda por rebentos de ervilha, rúcula e agrião de grandes lojistas britânicos, como Marks & Spencer, e restaurantes locais.

Os compradores apreciam a frescura dos produtos, que podem chegar ao prato dentro de duas horas após serem colhidos, e numa viagem até à cidade que é feita sem acumular emissões por transporte e que é também mais rápida.

“O futuro é muito, muito brilhante para esta indústria e acho que o que realmente será o ponto fundamental é a aplicação correcta da tecnologia”, afirmou o agricultor principal da quinta subterrânea, Tommaso Vermeir.

Agricultura vertical, o nome dado à produção de colheitas numa série de níveis empilhados, frequentemente num ambiente controlado, é uma indústria de rápido crescimento, com mil milhões de euros a ser injectados em projectos por todo o globo. É vista como parte da solução para o problema da segurança alimentar colocado pela expansão da população, numa altura em que as alterações climáticas e a geopolítica ameaçam o abastecimento.

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A directora de desenvolvimento comercial da Zero Carbon Farm Olivia O'Brien REUTERS/Maja Smiejkowska

Mas o crescimento por luz artificial é mais intensivo em termos energéticos do que a agricultura convencional e os elevados custos de produção têm sido um desafio para as explorações agrícolas verticais em todo o mundo.

“O que torna esta indústria tão entusiasmante e desafiante é que ninguém a conseguiu resolver”, disse Olivia O’Brien, directora de desenvolvimento de negócios da Zero Carbon Farm.

Energia de fontes renováveis e menos água e fertilizante

A localização subterrânea da quinta proporciona isolamento do frio. A empresa tem aquilo a que chama de “cablagem virtual privada”, trazendo energia de fontes renováveis.

Sabia que...

A agricultura subterrânea utiliza 70 a 90% menos água e 95% menos fertilizante do que a agricultura típica. Além disso, o cultivo acontece durante todo o ano a ritmos mais rápidos.

Os preços da energia subiram este ano, mas Tommaso Vermeir afirma que um acordo com a unidade de negócios do fornecedor Octopus Energy lhe deu um preço melhor do que se estivesse a tirar energia da rede como outros clientes.

A agricultura subterrânea utiliza 70 a 90% menos água e 95% menos fertilizante do que a agricultura típica. Além disso, o cultivo acontece durante todo o ano a ritmos mais rápidos.

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O agricultor chefe da quinta, Tommaso Vermeir, inspecciona um tabuleiro REUTERS/Maja Smiejkowska

A Zero Carbon Farms considera que tem uma vantagem sobre as dezenas de outros projectos agrícolas verticais que surgem na Grã-Bretanha, devido às suas credenciais sustentáveis e aos anos de experiência, que espera que se traduzirão em maiores rendimentos do novo espaço agrícola.

As sementes são semeadas em segmentos que formam uma espécie de tapete [como existe para outras ervas e também para cultivo de relva]. Apesar de não existir terra no solo desta quinta, os 35 empregados da empresa usam um uniforme que inclui o clássico acessório agrícola das botas de Wellington.

Enquanto corta folhas dos seus caules com uma enorme faca, o supervisor agrícola Riley Anderson, de 27 anos, , confirma que este não é um emprego típico de Londres. “Eu não queria trabalhar num escritório. Queria fazer algo diferente e isto, certamente, cumpre os requisitos”, constata.

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