Euribor a três meses está quase nos 2%, reforçando máximo de 13 anos

Face aos valores mínimos atingidos no final de 2021, impacto da subida da taxa a três meses é de 2,5 pontos percentuais, a seis meses de 3 pontos, e a 12 meses de 3,3 pontos.

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Prestação da casa pesa cada vez mais no orçamento de boa parte das famílias Rui Gaudencio

As taxas Euribor a três e seis meses fixaram novos máximos de quase 14 anos (desde o início de 2009), com o prazo mais curto a aproximar-se dos 2%. A taxa a 12 meses, a que está substancialmente mais alta, desceu ligeiramente esta sexta-feira. As subidas das taxas Euribor ao longo do corrente mês têm sido mais lentas, mas, ainda assim, vão representar novas subidas nas médias mensais, encarecendo os novos empréstimos e os já existentes.

A taxa a seis meses, presente em boa parte dos créditos à habitação, avançou para 2,374%, mais 0,006 pontos, um máximo desde Janeiro de 2009. A três meses fixou-se em 1,922%, mais 0,014 pontos que na sessão anterior.

Em sentido contrário, a Euribor a 12 meses caiu para 2,860%, menos 0,019 pontos do que na quinta-feira, dia em que renovou novo máximo desde o início de 2009.

As taxas Euribor estão a subir praticamente desde o início do corrente ano, e de forma mais acelerada desde Junho, altura em que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou a subida das suas taxas directoras para travar o aumento muito acentuado da taxa de inflação, actualmente nos 10%, na zona euro.

O aumento das taxas a que estão associados mais de 90% dos empréstimos das famílias está a encarecer de forma significativa as prestações dos empréstimos, particularmente nos mais recentes, concedidos com base em taxas negativas.

Face aos valores mínimos atingidos, a três meses passou de -0,605% para ​1,922%​, o que representa um impacto aproximado de 2,5 pontos percentuais em poucos meses. A seis meses chegou a -0,554%, o que, dado o valor actual, este representa uma subida de perto de três pontos percentuais. A diferença é ainda maior na taxa a 12 meses, que registou o mínimo de sempre a -0,518% e está agora em 2,860, ou seja, a mais de 3,3 pontos percentuais.

Pegando no valor das taxas Euribor de Junho, e não dos mínimos do corrente ano, o Banco de Portugal calcula que, em média, os cerca de 1,4 milhões de contratos de empréstimos à habitação tinham, em Junho de 2022, uma prestação média de 279 euros por mês. E, com base na evolução esperada para as taxas Euribor a três, seis e 12 meses, estima que esta prestação média vai aumentar em 92 euros até ao final do próximo ano, para 371 euros, uma subida de 33% face ao valor registado em Junho deste ano.

No entanto, mesmo com os dados de Junho, mês em que a Euribor a seis meses se estreou em terreno positivo, e a três meses ainda estava negativa, passando a positiva no mês seguinte, para 18,1% dos contratos, esse aumento será superior a 150 euros. Este grupo representa 43,8% do stock total de crédito à habitação dos bancos nacionais. Com Lusa

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