EUA e Japão iniciam exercícios militares conjuntos

Manobras realizam-se num momento de alta tensão, com dezenas de mísseis disparados pela Coreia do Norte. Austrália, Reino Unido e Canadá vão unir-se a Washington e Seul para partes dos exercícios.

Foto
Aeronaves sul-corenas nos exercícios da semana passada EPA/South Korean Defense Ministry HANDOUT

O Japão e os Estados Unidos iniciaram esta quinta-feira um grande exercício militar conjunto no sudoeste do Japão, uma região parcialmente reivindicada pela China, e após a Coreia da Norte ter lançado dezenas de mísseis.

Estas manobras – ao contrário dos exercícios aéreos da semana passada entre os EUA e a Coreia do Sul e dos exercícios navais do fim de Setembro, que juntaram Washington, Seul e Tóquio – estavam previstas, realizando-se duas vezes por ano. Depois de terem começado numa base aérea japonesa no sul do Japão, os exercícios serão realizados em vários outros locais, dentro e ao largo do Japão, até 19 de Novembro.

Cerca de 26 mil soldados japoneses e 10 mil americanos, bem como 30 navios e 370 aeronaves de ambos os lados devem participar nos exercícios, segundo o Ministério da Defesa japonês. Austrália, Reino Unido e Canadá também se juntarão a partes dos exercícios, acrescentou.

Exercícios de campo conjuntos, que incluem aterragem anfíbia, estão planeados em ilhas remotas do sudoeste do Japão, incluindo Tokunoshima, Amami e Tsutarajima.

A China reivindica praticamente todo o mar do Sul da China, onde já construiu ilhas artificiais equipadas com instalações militares e aeródromos. Pequim também reivindica uma série de ilhas que são controladas pelo Japão no mar da China Oriental.

O exercício conjunto ocorre após a Coreia do Norte ter disparado dezenas de mísseis só desde o início do mês, incluindo os mísseis balísticos disparados por Pyongyang no dia 3, que levaram o Governo do Japão a ordenar à população de três prefeituras que procurasse abrigo. As provocações da Coreia do Norte não começara em Novembro: no início de Outubro, um míssil norte-coreano sobrevoou o Japão pela primeira vez em cinco anos.

O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, citando o agravamento da segurança na região, prometeu aumentar substancialmente a capacidade militar do país e possivelmente permitir a capacidade de ataque preventivo para atacar locais de lançamento de mísseis inimigos.

Estes planos devem ser incluídos numa estratégia de segurança nacional revista e em directrizes de defesa de médio a longo prazo, cuja divulgação é esperada ainda este ano.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários