O Piolho volta a dar música a filmes mudos em Viseu, Porto e Lisboa

A sexta edição do Salão Piolho emparelha Rino Lupo, Buster Keaton, Murnau ou Dziga Vertov com projectos musicais como Bicho Carpinteiro, Inês Vaz, Stereossauro e Ka§par, entre outros.

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Os Lobos, de Rino Lupo, é o filme que marca o arranque desta sexta edição do Salão Piolho em Viseu e o único que passará também pelo Porto e Lisboa DR

O Salão Piolho, que vai buscar o seu nome aos cinemas populares, baratos e muitas vezes preparados em cima do joelho que havia no século passado por todo o país, está de volta para uma sexta edição. Até Dezembro, de Viseu a Lisboa, passando pelo Porto, filmes clássicos do período do cinema mudo serão musicados por vários nomes da música portuguesa, de vários géneros, em cine-concertos de entrada gratuita, sujeita à lotação dos espaços e mediante o levantamento dos bilhetes até 15 minutos antes do espectáculo.

Uma iniciativa da Fundação INATEL, o Salão Piolho passa primeiro por Viseu, onde fica até sábado. O arranque, às 21h desta quinta-feira, dar-se-á com o filme português Os Lobos (1923), do italiano Rino Lupo, musicado pelo duo Bicho Carpinteiro, que une Vasco Ribeiro Casais e Rui Rodrigues. É o único filme-concerto que se repetirá nas duas outras cidades do programa. Segue-se, no dia seguinte, no auditório do Balneário Rainha D. Amélia, em São Pedro do Sul, As Sete Ocasiões de Pamplinas, de Buster Keaton, com a acordeonista Inês Vaz; de volta a Viseu, será exibido no espaço Carmo ‘81 O Homem da Câmara de Filmar, de Dziga Vertov, acompanhado pelo DJ e produtor Stereossauro.

Depois de Viseu, o programa prossegue no Porto, entre os dias 24 e 26. Na primeira noite, Os Lobos serão atacados pelo Bicho Carpinteiro mais uma vez, no Cinema Trindade. No dia seguinte, Marinheiro de Água Doce, de Buster Keaton e Charles Reisner, passará no auditório do Circulo Católico de Operários do Porto, musicado pelo saxofonista (João) Cabrita. A passagem pela cidade fecha com duas sessões, a 26. Primeiro, ao fim da tarde, na Casa das Artes, ver-se-á o documentário Nanook, o Esquimó, de Robert Flaherty, com acompanhamento de Nuno Costa e Óscar Graça, o guitarrista e pianista que mantêm um duo a que chamam Filme-Concerto. À noite, o terror de Nosferatu, de F.W. Murnau, juntar-se-á aos sons do produtor e DJ Ka§par nos Maus Hábitos.

Já em Dezembro, de 7 a 10, o Salão Piolho instala-se em Lisboa, passando pelo Museu do Dinheiro, pelo Estúdio Time Out, pelo Auditório Carlos Paredes e pelo Chapitô. Todas as sessões, menos a penúltima, no Auditório Carlos Paredes, reproduzem programas mostrados em Viseu e Lisboa: Os Lobos pelo Bicho Carpinteiro no primeiro dia, Nosferatu por Ka§par no segundo, e Marinheiro de Água Doce por Cabrita no último. A estreia é O Último dos Homens, também de Murnau, no dia 9, acompanhado pelo espectáculo multimédia de Bruno Monteiro, Kevin Pires e Ricardo Soares.

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