Web Summit chegará a África e Médio Oriente em 2025 ou 2026

Presente edição em Lisboa com adesão “sem precedentes” obrigou a reforçar segurança e impõe aumento de áreas no futuro, defende Paddy Cosgrave.

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Web Summit está a decorrer em Lisboa durante esta semana Daniel Rocha

Lisboa foi palco de encontros entre a organização da Web Summit e delegações governamentais do Dubai e de outros países do Médio Oriente. O objectivo desses encontros foi estudar como aproveitar a presença cada vez maior de empresários e investidores desses países na feira tecnológica que decorre em Lisboa desde 2016 e cuja edição 2022 termina na sexta-feira. A solução pode ser criar novas versões deste evento em novas regiões, diz Paddy Cosgrave, que admite expandir a Web Summit para África e Médio Oriente algures entre 2025 e 2026.

“A nossa ambição é torná-la ainda mais global. Hoje em dia, ela é dominada pela participação europeia e norte-americana. A adesão brasileira aumentou significativamente desde que anunciámos a criação da Web Summit Rio em 2023. O Brasil é, neste momento, o mercado com maior crescimento da edição em Lisboa e este ano temos cerca de 2000 pessoas mais” desse país.

Cosgrave falava esta manhã numa conferência de imprensa em que fez uma espécie de balanço intermédio da presente edição, que arrancou na terça-feira ao final do dia. Sobre isso, o mesmo responsável mostrou-se muito grato com o apoio dos serviços de segurança portugueses, que têm sido fundamentais, segundo Cosgrave, numa edição que está “a operar a uma escala nunca vista”.

Tal levanta preocupações redobradas, quer nestes dias, quer quando olha para o futuro. “Estou definitivamente preocupado com as limitações de espaço, temos de ter muito cuidado para nunca permitir mais entradas para lá do nível de segurança. É fantástico para os nossos expositores, que devem estar nas nuvens com esta adesão”, comentou Cosgrave, que endereçou elogios à PSP e a todos os serviços que estão a ajudar no controlo do recinto. Uma coisa é garantir a segurança da primeira-dama da Ucrânia numa deslocação à Casa Branca, em Washington, outra coisa é fazê-lo num evento que reúne milhares de pessoas de origens diferentes, como esta feira, realçou.

Com mais de 70 mil participantes, a edição 2022 (a sétima em solo português) bateu o recorde de assistência, um cenário que parecia improvável quando, em 2020, a organização se viu obrigada a organizar uma feira 100% virtual, devido às restrições impostas pela luta anti-pandemia.

“Não poderia imaginar há 18 meses, que pudéssemos voltar” com este nível de adesão, disse, reiterando uma ideia que já tem espalhado, a de que a Web Summit correu riscos de extinção se não tivesse sido possível regressar às edições presenciais em 2021, que foi autorizada, mas com apenas metade da assistência e uso obrigatório de máscaras e certificados covid.

"Estamos repletos”, insistiu, deixando subentendido que espera poder contar com soluções para o crescimento da área disponível no futuro. “Sabemos que há quem tenha vindo para Lisboa e não conseguiu bilhete, portanto a cidade está a beneficiar deste íman que a Web Summit representa”, anotou.

Portugal assinou um contrato de dez anos com a Web Summit, em 2018, ao abrigo do qual garantiu a presença deste evento por uma década e oferecendo, em contrapartida, entre dez e 11 milhões de euros por edição e obras na FIL, no Parque das Nações, que garantam a possibilidade de a feira se expandir. Ao quarto ano de contrato, essas obras ainda não se realizaram.

No passado, foi necessário construir muitas estruturas temporárias, equivalente a 200 campos de ténis, realçou Cosgrave. Referindo-se a 2022, acrescentou: “Nunca tivemos tantos expositores, nunca tivemos tantas startups, nunca tivemos tantos investidores, especialmente aqueles, para nós, são de topo [Tier 1], cuja presença duplicou comparada com os números de 2019 - o que é um tópico interessante, para discutirmos noutra altura.”

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