Biossensor português consegue detectar substâncias alérgicas mais depressa

A alergia alimentar tem crescido em toda a Europa. O biossensor do Instituto Superior de Engenharia do Porto permite identificar as substâncias alergénicas e colmatar a “ausência de soluções” rápidas para este problema.

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O intuito do projecto é ser aplicado na indústria alimentar para impedir ou avisar da presença de substâncias alergénicas Nelson Garrido

Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) desenvolveram biossensores que permitem detectar “com rigor e rapidez” a presença de substâncias alérgicas em alimentos, como amendoim, camarão, peixe, ovo e aipo.

Em comunicado, o ISEP revela que a metodologia “inovadora”, desenvolvida no âmbito do projecto TracAllerSens, vai permitir detectar e quantificar as substâncias alergénicas em produtos alimentares.

“A ausência de métodos expeditos capazes de detectar com grande fiabilidade a presença de algumas substâncias alergénicas em determinados alimentos afecta, e muitas vezes compromete, a dieta alimentar dos doentes alérgicos, que se vêem impossibilitados de consumir determinados alimentos por receio de poderem conter algumas destas substâncias”, salienta o ISEP, lembrando que a União Europeia estabeleceu uma lista prioritária de ingredientes que podem provocar alergias e que podem estar presentes em “alimentos pré-embalados, a granel e prontos a ser servidos”.

“A alergia alimentar tem tido uma incidência crescente nos últimos anos, representando um problema de saúde pública”, destaca o instituto, acrescentando que na Europa se estima que a alergia alimentar afecte mais de 17 milhões de pessoas.

A par da “falta de soluções”, a indústria alimentar confronta-se com “dificuldades, por necessitar de métodos de análise sensíveis e selectivos no controlo aos alergénicos”, salienta o ISEP.

“Os métodos tradicionais para este fim são muitas vezes morosos, dispendiosos e requerem equipamentos sofisticados, o que impede uma despistagem efectiva podendo comprometer a sua aceitação em laboratórios com recursos limitados”, acrescenta.

Nesse sentido, os investigadores do REQUIMTE do ISEP desenvolveram biossensores que podem ser produzidos a “um custo muito controlado” se aplicados à indústria alimentar.

O investigador responsável pelo plano de trabalhos do projecto, Hendrikus Nouws, citado no comunicado, destaca que o projecto “pretendeu dar resposta aos desafios analíticos existentes ao desenvolver sensores de tamanho reduzido, baratos e fáceis de manusear, selectivos e com capacidade de despistar quantidades vestigiais de alergénios”.

O projecto foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) em 239 mil euros.

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