Novo ministro das Finanças britânico admite “erros” do Governo

Jeremy Hunt, que substituiu na sexta-feira Kwai Kwarteng, avisa que “os impostos não vão baixar tanto como as pessoas esperavam” e alguns até terão de subir.

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Jeremy Hunt a preparar-se para ser entrevistado HENRY NICHOLLS/Reuters

O novo ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, reconheceu este sábado que o Governo cometeu vários “erros” na gestão da reforma fiscal que a primeira-ministra, Liz Truss, teve de corrigir em duas ocasiões e que custou o cargo ao anterior responsável da pasta, Kwai Kwarteng.

Hunt, que substituiu Kwarteng na pasta na sexta-feira, fala, em entrevistas à BBC e à Sky News, citadas pela Europa Press, de “dois erros”: o executivo “equivocou-se” ao reduzir de 45 para 40% o imposto sobre as grandes fortunas e também ao anunciar estes planos sem o aval prévio do Gabinete da Responsabilidade Orçamental.

A queda dos mercados e da libra levou Truss a cancelar num primeiro momento o corte fiscal para os rendimentos anuais acima de 150 mil libras e, na sexta-feira, a manter o imposto sobre o rendimento das empresas (de 19 para 25%), tal como tinha ficado acordado no anterior governo, liderado por Boris Johnson.

“Os impostos não vão baixar tanto como as pessoas esperavam e alguns impostos terão que subir”, admitiu Hunt. Na sexta-feira, Truss recordou publicamente que se apresentou nas últimas eleições primárias para a liderança dos conservadores com o compromisso claro da “disciplina fiscal”, que incluía, entre outras medidas, descida de impostos.

Dizendo que quer ser “completamente sincero com o país”, Hunt admitiu que ainda há “decisões muito difíceis” a tomar e “medidas duras” para adoptar. Mas que nunca serão os níveis de austeridade aplicados pelo Governo de David Cameron em 2010, depois da crise financeira.

Político experiente e veterano governante, Hunt foi ministro da Cultura e do Desporto com Cameron e da Saúde com Cameron e Theresa May e ainda teve a pasta dos Negócios Estrangeiros com May.

Entretanto, segundo a Lusa, Liz Truss nomeou Edward Argar para secretário de Estado das Finanças, em substituição de Chris Philp, que passa a ser secretário de Estado do Conselho de Ministros.

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