Simone Tebet vai ter “papel importantíssimo” na campanha de Lula

A campanha do ex-Presidente acha que Tebet é importante para captar o voto feminino e nas regiões do agronegócio. Senadora de centro-direita, que ficou em terceiro lugar na primeira volta, diz que é preciso “tirar o vermelho da rua” para não assustar o eleitorado do “interior de São Paulo”.

Foto
Simone Tebet e Lula da Silva, na sexta-feira, no acto público de apoio da senadora ao ex-Presidente Fernando Bizerra/EPA

Simone Tebet será nesta campanha um trunfo para Luiz Inácio Lula da Silva conseguir cativar o eleitorado feminino mais conservador e fazer subir os seus números nas zonas do agro-negócio, onde o actual Presidente, Jair Bolsonaro, goza de maior influência. A campanha de Lula acha mesmo que a senadora do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) vai ter “um papel importantíssimo” na segunda volta das presidenciais brasileiras, que se disputa a 30 de Outubro.

“Simone terá papel importantíssimo junto ao eleitorado feminino e também para destacar a união que a candidatura de Lula simboliza”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues, um dos coordenadores da campanha do Partido dos Trabalhadores (PT).

A senadora que arrecadou 4,9 milhões de votos na primeira volta, ficando em terceiro lugar com 4,16%, vai acompanhar Lula em actos de campanha no Sudeste do Brasil a partir de quarta-feira, o maior número possível, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde Bolsonaro venceu na primeira volta.

Nesses actos, também estará presente o candidato a vice-Presidente de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), que ajudou a fundar, para se filiar no Partido Socialista Brasileiro e acompanhar o seu adversário de sempre nesta corrida eleitoral.

Tebet poderá vir a ter uma pasta no governo se Lula vencer a eleição. Como disse o ex-Presidente na sexta-feira, no acto de público de apoio de Simone Tebet ao candidato que chegou à frente na primeira volta (com 48,4% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro), disse que o Brasil “não será governado por um único partido, uma única ideologia” caso ele venha a ser Presidente. “Esse país é muito grande, precisamos juntar muitas pessoas para montar um governo”, afirmou, acrescentando que estava à espera que a senadora estivesse disposta a “ajudar a executar”.

Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Simone Tebet enviou mensagens durante o fim-de-semana a pessoas dos partidos que apoiam o ex-Presidente a dizer que era preciso “colocar juízo na campanha do Lula” e “tirar o vermelho da rua” para não assustar o eleitorado do “interior de São Paulo” e de estados no Centro-Oeste, Sul e Norte”.

A senadora poderá ser uma interlocutora importante para Lula nas conversas com representantes da agro-indústria e da comunidade empresarial, de modo a ajudar acalmar os mercados.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários