Mobilização ordenada por Putin provoca corrida a voos para sair da Rússia

Pesquisas por voos para sair da Rússia subiram a pique, bem como os preços das viagens. Homens com experiência militar têm de ajudar esforço de guerra na Ucrânia.

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Preço de voos disparou após intervenção de Putin, com muitos lugares já esgotados REUTERS/REGIS DUVIGNAU

O anúncio de mobilização militar parcial feito pelo Presidente russo esta quarta-feira lançou um verdadeiro frenesim na procura de voos de saída da Rússia.

Na primeira comunicação ao país desde o início da invasão, Putin anunciou que todos os homens com experiência militar vão ser mobilizados para a guerra na Ucrânia. Poucas horas depois, os voos de muitas das rotas com partida de Moscovo já se encontravam esgotados, verificando-se um forte aumento de preço nos que ainda têm lugares disponíveis. A grande maioria destes voos realiza-se apenas na primeira semana de Outubro, sendo já muito difícil encontrar lugares até ao final do mês de Setembro.

Uma viagem só de ida para quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) entre Moscovo e Belgrado na Emirates – uma das empresas com mais rotas a partir de Moscovo – pode ultrapassar os 11 mil euros. Em sites como a Aviasales, apontado pela agência Reuters como o mais utilizado na Rússia para reserva de voos, a mesma viagem pode chegar a custar 32 mil euros. Já na Aeroflot, companhia estatal russa, uma viagem com duas escalas que se estende quase por 48 horas para este mesmo destino ultrapassa os 4700 euros.

Os voos directos entre Rússia e Tbilissi (Geórgia) estão actualmente indisponíveis na Aviasales, bem como as rotas para Istambul (Turquia) e Ierevan (Arménia), duas localizações onde os cidadãos russos não são obrigados a apresentar vistos.

Muitas rotas entre Moscovo e os 14 países que fazem fronteira com a Rússia também já não têm lugares disponíveis para os próximos dias.

O anúncio de Putin assustou os homens com idade para o serviço militar, que têm agora receio de que não seja concedida, num futuro próximo, autorização para abandonar a Rússia.

Citado pela agência Reuters, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, esclareceu que a chamada feita por Putin seria limitada aos homens que têm experiência militar efectiva, com os soldados ainda em formação a não serem obrigados a juntar-se às tropas russas na Ucrânia.

O Kremlin não adiantou à agência de notícias se os homens que estão agora sob ordem de mobilização vão ser impedidos de sair do país, pedindo paciência à população enquanto a lei é redigida.

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