Há mesmo quem não queira ver

Se os sucessivos governos, do PSD e do PS, se demitem intencionalmente da responsabilidade de organizar melhor os tribunais do Estado, começa a ser difícil não olhar para isto com desconfiança.

O último artigo que aqui escrevi, em 27 de Julho, valeu-me muitas críticas e alguns olhares zangados. Não fiquei surpreendido. Sempre que falo nos tribunais arbitrais levo umas ferroadas, como se metesse a mão num ninho de vespas. O artigo chamava-se “Só não vê quem não quer” e contava uma história hipotética para demonstrar as possibilidades de corrupção e descaminho de dinheiros públicos nos tribunais arbitrais ad hoc. As críticas – algumas mais centradas no mensageiro que na mensagem – só confirmaram que o título estava certo. Há mesmo quem queira desviar o olhar para não ver o óbvio. Regresso, pois, ao tema, não para entrar em despiques escusados, mas para quatro clarificações úteis.

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