Presidente iraniano põe condições para salvar acordo nuclear
Ebrahim Raisi diz que não haverá acordo sobre o programa nuclear iraniano se não for travada uma investigação da agência da ONU para a energia atómica.
O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, pôs uma série de condições para que seja possível salvar o acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão, incluindo o fim de uma investigação que foi aberta pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA, a agência da ONU para o nuclear) sobre a detecção de vestígios de urânio em locais não declarados pelo país.
Num encontro com jornalistas para assinalar o seu primeiro ano no cargo, Raisi demorou mais de uma hora a chegar às questões do nuclear, segundo a agência Associated Press.
Sem negociações directas, os EUA e o Irão têm trocado respostas por escrito sobre pormenores do acordo que, se for aprovado, levantará as sanções a Teerão e imporá limites ao seu programa nuclear, para impedir que o país chegue à bomba atómica.
Um primeiro acordo, assinado em 2015 pelo então Presidente dos EUA, Barack Obama, foi rasgado pelo seu sucessor, Donald Trump. Segundo Trump, o Irão não estava a cumprir os termos do acordo, o que foi negado pelo Irão e pelos países europeus que fizeram parte das negociações.
A inspecção da AIEA denunciada por Raisi não tem ligação directa ao acordo, mas sim ao facto de o Irão ser membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o que obriga o país a explicar a presença das partículas e a dar garantias de que não estão a ser usadas como parte de um programa de armas.
O Irão teme que esta investigação abra a porta a inspecções a mais locais no país, e o facto de a investigação ter como ponto de partida informações fornecidas por Israel é motivo de melindre.
A AIEA tem dito que basta o Irão dar explicações credíveis para o rasto de partículas nucleares, para que o inquérito seja encerrado.