Palcos da semana
Da ocupação musical do centro histórico farense até à bienal (re)tecida em terras vimaranenses vão 60 anos de canções de Paulo de Carvalho, um novo Kalorama e um Muscarium renovado.
A 100% pela Vila Dentro
Convertido pela pandemia numas mais modestas Noites F, o Festival F não só recupera o nome como “regressa a 100% para a sua sétima edição”, celebra a organização. Sé, Magistério, Arraial, Museu, Arco, Quintalão, Castelo, Músicos, Ria e Silent Party – este ano, são nove os palcos montados para a profusão de sonoridades (e não só) que ocupa o centro histórico farense ao longo de três dias.
Pedro Mafama, A Rapariga Não, José Cid com Orquestra Clássica do Sul, Nenny, Rita Vian, Bateu Matou, Richie Campbell, Paus, Karetus, Cassete Pirata, HMB, Chico da Tina, Irma e Dino D’Santiago são alguns dos convocados. Pelo cartaz adentro vão também comédia stand-up, tertúlias e exposições.
Canções de boa memória
Sessenta anos de canções cabem nos 75 de vida de Paulo de Carvalho. É para assinalar esse número redondo e raro que o cantautor – outrora baterista nos Sheiks – se lança numa digressão.
Em todos os concertos se fará acompanhar por um septeto na interpretação de temas como Flor sem tempo, Nini dos meus 15 anos ou o icónico E depois do adeus. Em cada um deles, terá convidados diferentes – para o de Lisboa, por exemplo, chamou Selma Uamusse e FF.
O têxtil em Re-make
Entretecendo a cultura e a indústria, o tradicional e o moderno, o artista e o artesão, a Contextile volta a ocupar Guimarães com um “retrato da criação da arte têxtil contemporânea”. Re-make é o tema da sexta edição da bienal, que este ano celebra o seu décimo aniversário.
Expõe mais de 50 obras de outros tantos artistas, com origem em 33 países. A selecção resulta de um número recorde de propostas submetidas ao júri – um acréscimo de 40% relativamente à última edição, sublinha a organização.
Além das exposições, a Contextile contempla cinco intervenções no espaço público – uma delas, do ganês Ibrahim Mahama, o artista convidado –, conversas, visitas orientadas, residências artísticas, acções educativas e dez oficinas para Experimentar o têxtil em diversas técnicas.
Kalorama à Bela Vista
Habituado às grandes multidões do Rock In Rio Lisboa, o Parque da Bela Vista está prestes a acolher um novo (grande) festival: o Meo Kalorama.
Durante três dias, em três palcos, reforça a agenda estival lisboeta com um alinhamento de peso, em que figuram nomes como The Chemical Brothers, Kraftwerk, Arctic Monkeys, Nick Cave & The Bad Seeds, James Blake, Moderat, Jessie Ware, Róisín Murphy, Disclosure, Ornatos Violeta ou Chet Faker.
Muscarium em residência
Nascido por obra do Teatromosca, o Muscarium chega à oitava edição com formato renovado enquanto palco de artes performativas. Este ano, assume-se “como espaço de pesquisa, investigação e experimentação”, privilegiando “a criação contemporânea através da promoção de residências”.
Porque a ideia é continuar a “abrir as portas para o diálogo entre artistas/colectivos e públicos”, todas terão direito a ensaios abertos.
Mariana Fonseca e o Lobby Teatro investem em Não Vais Entrar?, João Garcia Miguel andará Numa Manhã de Nevoeiro, Adriana Melo e o Universo Paralelo trabalham Pelo Prazer de Não Estarmos Sós, Joana Couto reexamina Sinto Muito e Camilla Morello prepara-se para estrear É Como Dançar em Cima de Manteiga.
O festival promove ainda três espectáculos infanto-juvenis, bem como Entre-Lugar, um concerto de Manuel de Oliveira (e trio).