Trump tenta travar análise de material apreendido pelo FBI em Mar-a-Lago

Um dos objectivos da acção judicial é travar temporariamente a leitura do material apreendido pelas autoridades em Mar-a-Lago a 8 de Agosto.

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Vista aérea da casa Mar-a-Lago do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em Palm Beach Reuters/MARCO BELLO

O ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou esta segunda-feira uma acção contra o governo dos EUA devido às buscas do FBI à sua casa em Mar-a-Lago em Palm Beach, na Florida. Um dos objectivos da acção judicial, submetida num tribunal federal em West Palm Beach, Florida, é travar temporariamente a leitura do material apreendido pelas autoridades até que o tribunal nomeie um profissional para supervisionar a análise do material.

Trump também pede que o Departamento de Justiça dos EUA forneça uma lista detalhada dos itens apreendidos durante as buscas de dia 8 de Agosto, e devolva quaisquer itens fora do âmbito do mandado de busca.

“A aplicação da lei é um escudo que protege os americanos. Não pode ser utilizada como arma para fins políticos. Por conseguinte, procuramos assistência oficial na sequência de buscas desnecessárias e inéditas à casa do Presidente Trump em Mar-a-Lago”, lê-se no documento entregue em tribunal que define Donald Trump como o “líder claro” para as eleições primárias do Partido Republicano em 2024.

A principal queixa de Donald Trump é que o Governo norte-americano “se recusa a fornecer qualquer razão para as buscas inéditas.”

O juiz norte-americano que autorizou as buscas na mansão de Donald Trump, o magistrado Bruce Reinhart, está a ponderar se deve autorizar a divulgação do documento em que o Departamento de Justiça justificou a necessidade da acção dos agentes do FBI, e onde estão descritos pormenores das investigações contra o ex-Presidente dos EUA.

O Departamento de Justiça tem-se oposto veementemente à sua divulgação, afirmando que isto forneceria às pessoas um “roteiro” da investigação e poderia interferir com a cooperação de testemunhas.

Numa ordem judicial assinada esta segunda-feira, ​Reinhart concorda que as preocupações são legítimas, mas explica que quer explorar se existe uma “alternativa menos onerosa do que selar todo o documento”. O Departamento de Justiça tem até ao meio-dia de quinta-feira para lhe fornecer uma cópia do documento que ele poderia potencialmente divulgar ao público.

Aa buscaa em Mar-a-Lago​, que foram aprovadas por Reinhart a 5 de Agosto, fazem parte de uma investigação federal para averiguar se Trump retirou ilegalmente documentos quando abandonou o cargo em Janeiro de 2021, após perder as eleições presidenciais para o democrata Joe Biden. O incidente representa uma escalada significativa numa das muitas investigações federais e estatais que Trump enfrenta desde que saiu da Casa Branca.

Alguns dos materiais obtidos pelo FBI foram rotulados como “top secret”. Este é o mais alto nível de classificação reservado para as informações de segurança nacional dos EUA e que só podem ser vistas em instalações governamentais especiais.

Depois de Trump acusar o Departamento de Justiça dos EUA de retaliação política, o Procurador-Geral dos EUA, Merrick Garland, concordou em pedir ao tribunal que libertasse uma cópia editada do mandado de busca e do inventário do material apreendido.

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