H&M de regresso à China depois da controvérsia com o algodão de Xinjiang

A marca foi expulsa das plataformas digitais chinesas em 2021, depois de ter anunciado que não voltaria a utilizar o algodão daquela zona da China, justificando a decisão com alegado trabalho forçado da minoria uigure.

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Xinjiang é uma província autónoma da China Reuters

Quase 16 meses depois de ter sido banida das plataformas digitais chinesas, a gigante sueca H&M volta a aparecer na loja Tmall do grupo Alibaba.

A sanção foi aplicada depois de a empresa ter anunciado a suspensão da utilização do algodão de Xinjiang, produzido com recurso à utilização de trabalho forçado naquela província autónoma do noroeste da China.

O regresso começou a ser notado por cidadãos chineses e foi confirmado pela Reuters através de uma pesquisa na plataforma esta terça-feira. Não é claro o que terá motivado este volta-face e tanto a H&M como a Alibaba não responderam aos pedidos de comentário.

Em Março de 2021, a H&M desapareceu de plataformas como a Taobao, Tmall ou Pinduoduo, depois de ter suspendido a utilização de algodão daquela zona, justificando a decisão com alegado trabalho forçado da minoria uigure. Os especialistas em direitos humanos das Nações Unidas estimam que mais de um milhão de pessoas, não só uigures, como outras minorias muçulmanas, tenham sido presas em campos de trabalho nos últimos anos. A China tem negado constantemente todas as acusações.

A marca sueca ─ a segunda maior cadeia de fast-fashion do mundo, logo atrás da Inditex ─ estava presente no Tmall desde Março de 2018. Foi uma das primeiras marcas a serem apanhadas na controvérsia e atacada nas redes sociais chinesas. O Comité Central da Liga Comunista da Juventude publicou, então, uma mensagem no Weibo (a rede social equivalente ao Twitter) na qual incentivavam a expulsão das marcas estrangeiras do país: “Querias ganhar dinheiro na China enquanto espalhas boatos para boicotar o algodão de Xinjiang? Querias!”

Outras marcas como a Nike, a Adidas, a Burberry e a Converse viram os seus laços com embaixadores locais cortados graças à polémica. Contudo, a H&M foi mesmo a única a ser expulsa do comércio online do país, sendo permitido venderem apenas através do seu próprio site.

Em Junho, encerraram a principal loja em Xangai, fruto do escândalo e dos sucessivos confinamentos na capital comercial da China. No início de 2021, a marca tinha mais de 500 lojas espalhadas por aquele país, agora serão apenas 375, de acordo com a página oficial da empresa.

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