Líder da Al-Qaeda morto em ataque com drones da CIA. Biden fala em “operação antiterrorista bem-sucedida”

O egípcio Ayman al-Zawahiri terá sido morto num ataque com drones da CIA no Afeganistão, numa “operação de antiterrorismo bem-sucedida” e onde “não houve baixas civis”, reiterou o Presidente norte-americano, Joe Biden.

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Osama bin Laden com Ayman al-Zawahiri. Reuters/Daily Dawn

O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi morto num ataque com drones da CIA no Afeganistão, avançaram as autoridades norte-americanas à agência Reuters esta segunda-feira. Este foi o maior golpe contra o grupo militante desde que o seu fundador, Osama bin Laden, foi morto em 2011.

Zawahiri, médico e cirurgião egípcio, ajudou a coordenar os ataques de 11 de Setembro de 2001, quando quatro aeronaves civis foram sequestradas e atingiram as torres gémeas do World Trade Center, em Nova Iorque, o Pentágono, perto de Washington, D.C., e um campo na Pensilvânia, matando quase 3000 pessoas.

Um dos funcionários norte-americanos, que falou sob anonimato esta segunda-feira, disse que a CIA levou a cabo um ataque com drone na capital afegã, Cabul. “Durante o fim-de-semana, os Estados Unidos conduziram uma operação de contraterrorismo contra um alvo significativo da Al-Qaeda no Afeganistão”, disse o funcionário. E acrescentou: “A operação foi bem-sucedida e não houve baixas civis.”

Joe Biden dirigiu-se aos jornalistas a partir da Casa Branca, em Washington, D.C., para falar daquela que descreveu como uma “operação antiterrorista bem-sucedida”. O Presidente dos EUA começou por anunciar que o ataque a Zawahiri tinha ocorrido no último sábado, 30 de Julho — e não no domingo, como foi inicialmente avançado pela Reuters​ —, ​tendo sido bem-sucedido. Explicou ainda que o líder da organização “esteve sempre ao lado de Bin Laden”. “Ele era o seu braço direito e esteve totalmente envolvido no planeamento do 11 de Setembro. Durante décadas, Zawahiri foi o cérebro por detrás dos ataques aos EUA. Agora, a justiça foi servida”, disse.

“Nós [EUA] deixámos mais uma vez claro que não interessa quanto tempo demoramos ou onde se escondem. Se se trata de uma ameaça ao nosso povo, os EUA vão encontrá-la e acabar com ela.”

Biden explicou que a “missão foi planeada rigorosamente, de forma a reduzir drasticamente o risco de ferir outros civis”. Biden disse que Zawahiri estava em Cabul com o objectivo de se reunir com membros da família. Além do líder da Al-Qaeda, nenhum dos seus familiares ficou ferido e não se registou qualquer baixa civil, acrescentou. “Os EUA não procuraram esta guerra contra o terrorismo. Foi o terrorismo que nos procurou. E respondemos com os mesmos princípios e valores que têm definido o nosso país, geração após geração: proteger os inocentes, defender a liberdade e manter essa chama acesa para todo o mundo. Nós não quebramos. Nunca desistimos. Nunca recuamos.”

O Presidente norte-americano terminou o comunicado com um aviso: “Todos os que quiserem ferir os EUA, oiçam-me: vamos permanecer vigilantes e vamos agir e fazer o necessário para garantir a segurança do povo americano e do mundo.”

A morte de Ayman al-Zawahiri poderá levantar questões sobre se o líder estava a ser protegido pelos taliban após a sua tomada do poder em Cabul, em Agosto de 2021, uma vez que as últimas tropas lideradas pelos EUA deixaram o Afeganistão após 20 anos de guerra. Numa declaração, o porta-voz taliban, Zabihullah Mujahid, confirmou que houve um ataque e condenou-a fortemente, chamando-lhe uma violação dos “princípios internacionais”.

Juntamente com outros membros da Al-Qaeda, acredita-se que Zawahiri tenha planeado o ataque de 12 de Outubro de 2000 ao navio USS Cole, no Iémen, que matou 17 marinheiros norte-americanos e feriu mais de 30 outros, pode ler-se no website Rewards for Justice.

Zawahiri foi acusado pelos Estados Unidos pelo seu papel nos bombardeamentos das embaixadas dos EUA no Quénia e na Tanzânia, a 7 de Agosto de 1998, que levaram à morte de 224 pessoas e feriram mais de 5000. Tanto Bin Laden como Zawahiri tinham escapado à captura quando as tropas dos EUA derrubaram o governo taliban do Afeganistão, no final de 2001, na sequência dos ataques do 11 de Setembro aos Estados Unidos.

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