Gazprom suspende fornecimento de gás à Letónia

É o sexto país a ver o abastecimento de gás russo ser cortado. Alemanha é confrontada, desde quarta-feira passada, com uma redução do fornecimento através do gasoduto Nord Stream.

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Reuters/FABIAN BIMMER

O consórcio russo Gazprom anunciou hoje a suspensão imediata do fornecimento de gás à Letónia, alegando a violação das condições de abastecimento.

“Hoje, a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás à Letónia […] devido à violação das condições de abastecimento”, anunciou, em comunicado, a empresa russa, citada pela Lusa.

A decisão é anunciada um dia depois da empresa de energia letã Latvijas Gaze ter dito que estava a comprar gás da Rússia e a pagar em euros, em vez de rublos - exigência que Moscovo fez aos clientes de gás europeus na sequência da imposição de sanções da UE à banca e banco central russo.

Um porta-voz da Latvijas Gaze, no entanto, havia dito à Reuters, na sexta-feira, que o gás que a empresa estava a comprar não era da Gazprom, recusando-se contudo a identificar a empresa que a fornece, citando a confidencialidade comercial.

A decisão russa ocorre numa altura em que a Gazprom decidiu baixar as entregas de gás russo à Europa, através do gasoduto Nord Stream 1, alegando necessidade de manutenção das turbinas. Desde a passada quarta-feira, o fluxo de gás a passar da Rússia para a Alemanha através do Nord Stream 1 está em 20% da capacidade do gasoduto.

Contas feitas, recorda a Reuters, a Rússia já cortou o fornecimento de gás à Polónia, Bulgária, Finlândia, Países Baixos e Dinamarca, que se recusaram a pagar o gás em conformidade com uma ordem do Presidente Vladimir Putin exigindo a criação de contas em rublos num banco russo.

“A Rússia cortou deliberadamente o abastecimento, parcial ou totalmente, a 12 Estados-membros” até esta altura, desde que a guerra iniciada por Moscovo começou na Ucrânia, a 24 de Fevereiro, contabiliza, por seu turno Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, numa entrevista ao Diário de Notícias, publicada este sábado.

Em Abril, por iniciativa própria, as compras de gás russo “foram completamente abandonadas” pela Lituânia, em resposta “à chantagem da Rússia” com as vendas de produtos energéticos aos países europeus.

A Comissão Europeia - que alertou que o cumprimento da ordem de Putin poderia violar as sanções da União Europeia contra Moscovo - exortou as empresas da UE a continuarem a pagar na moeda acordada nos seus contratos com a Gazprom, a grande maioria dos quais são em euros ou dólares.

Para, literalmente, preparar o Inverno que aí vem - designadamente os oitos meses entre Agosto e Março do próximo ano -, os ministros da Energia da União Europeia chegaram, no início desta semana, a um acordo político para a adopção de um novo regulamento para a redução da procura de gás no bloco económico, ainda que diminuindo o grau de ambição da proposta da Comissão Europeia.

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