Imitação da vida

O essencial das coisas. Ou o essencial do cinema, que vai dar ao mesmo.

jeanpierre-leaud,paulo-branco,jeanluc-godard,critica,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
Bernard Prim
jeanpierre-leaud,paulo-branco,jeanluc-godard,critica,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
Bernard Prim
jeanpierre-leaud,paulo-branco,jeanluc-godard,critica,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
Bernard Prim
jeanpierre-leaud,paulo-branco,jeanluc-godard,critica,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
Bernard Prim

Paris, 1972: a nouvelle vague passou, o Maio de 1968 foi há quatro anos. Resta pouca coisa, as ruas parecem desertas, os cafés de St. Germain — os lendários Deux Magots, Flore — estão cheios, mas povoados por uma massa de figurantes, autómatos, manchas a preencher o enquadramento. Em primeiro lugar, sobre A Mãe e a Puta, importa perceber que se trata de um filme sobre esta depressão que sempre se segue à euforia. É neste sentido que é um “documentário”, como diz Françoise Lebrun em entrevista que publicaremos, relato e colecção de um punhado de sobreviventes de uma geração em que a “política” e a “cinefilia” se fizeram a mesma coisa, uma forma de intervenção libertária sobre o mundo (e o filme, de facto, colecciona sobreviventes: em cenas breves e aparições fugazes reconhecemos Jean Douchet, Jean-Claude Biette, Bernard Eisenschitz, fora aqueles que estão no lugar de outros, como Jacques Renard em émulo de um dos grandes amigos de Jean Eustache, Jean-Jacques Schul). E no “lugar de outros” estão também os actores, o trio protagonista, em personagens extraídas à vivência de Eustache e aos seus amores vividos, frustrados ou sonhados (se há diferença), com paroxismo no Alexandre composto por Jean-Pierre Léaud, versão quase punitiva da personalidade do próprio realizador (porque Léaud está “no lugar de outro”, Jean Eustache).

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar