Três sindicatos conseguem aumentos de 1,1% no BCP

Mais Sindicato, SBN e SBC chegaram a acordo com o banco, que praticamente iguala o aumento conseguido noutras instituições financeiras. No nível mais alto, os aumentos ficaram pelos 0,7%.

Foto
Sindicatos falam em negociações "muito difíceis" com o banco liderado por Miguel Maya LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Três estruturas sindicais, o Mais Sindicato, o Sindicato dos Bancários do Norte e do Centro concluíram as negociações de revisão salarial com o BCP para 2021 e 2022, que classificam de “muito difíceis” e que se prolongaram “devido à intransigência do banco”. Os montantes acordados estão próximos dos valores alcançados pelos mesmos sindicatos noutras instituições, que se traduz num aumento de 1,10% até ao nível 13 (inclusive) e de 0,70% do nível 14.

O subsídio de almoço para o ano em curso sobe para 10,50 euros e as cláusulas de expressão pecuniária (outros subsídios) aumentam 1,10%.

Das negociações levadas a cabo pelo Mais, SBC e SBN resultou ainda uma actualização salarial relativa a 2021, que se traduz num aumento salarial de 0,50%, na passagem do subsídio de almoço para 9,80 euros e num aumento de cláusulas de expressão pecuniária de 0,50%.

O que tinha sido negociado com outras instituições financeiras que fazem parte do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), para 2022, foi um aumento de 1,1% nas tabelas salariais e em todas as cláusulas de expressão pecuniária, e o subsídio de almoço passar para 10,5 euros (hoje é de 9,72 euros).

Para 2021, e de acordo com a informação revelada, foi acordada a actualização retroactiva de 0,5% nas tabelas e em todas as cláusulas de expressão pecuniária.

Na CGD, que não faz parte do ACT, o aumento médio ponderado para a tabela salarial referente foi 0,9% em 2021, 0,92% para 2022.

Os sindicatos adiantam ainda que “o processo negocial com o BCP prossegue com vista à melhoria e actualização do clausulado do ACT em vigor”.

Ao PÚBLICO, o presidente do Mais Sindicato, António Fonseca, admitiu que o acordo alcançado no BCP “não é o desejável”, mas, dada “a situação internacional de maior incerteza e de aumento de preços, entendeu-se que era melhor aceitá-lo”. A esperança do responsável volta-se para as negociações a fazer para 2023, afirmando esperar que possa, de alguma forma, ser compensada a perda de poder de compra de 2022.

O BCP fechou o exercício de 2021 com um resultado líquido de 138,1 milhões de euros, valor que representa uma quebra de cerca de 24% face aos lucros de 183 milhões que tinham sido registados no ano anterior, explicada por encargos superiores a 530 milhões de euros associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos na Polónia, bem como custos de mais de 80 milhões relacionados com o processo de reestruturação.

No primeiro trimestre de 2022, os lucros atingiram 112,9 milhões de euros, mais 95,2% face ao mesmo período do ano passado.

Sugerir correcção
Comentar