Eneida Marta volta a erguer a bandeira da esperança na sua pátria com Allan Guiné

Quando lançou o disco Nha Sunhu, em 2015, Eneida Marta explicou o que a movia, em entrevista ao PÚBLICO: “Tenho o sonho de ouvir o nome da Guiné-Bissau na boca das pessoas da forma mais positiva possível. Porque acredito que o que Guiné tem de mau é uma gota no oceano, em comparação com aquilo que a Guiné tem de bom.” Agora, sete anos passados, dois dos quais ensombrados pela pandemia da covid-19, Eneida regressa com uma canção que replica o espírito de levantar bem alto, através da música e do canto, a bandeira da sua pátria: Allan Guiné, um grito de esperança nos “bons ventos que estão por vir”. Com 20 anos de carreira e um primeiro disco lançado em 2001, Nô Stória, a cantora Eneida Marta depressa se afirmou como uma das grandes promessas da música guineense, o que veio a confirmar-se não só na sua extraordinária presença em palco como nos discos seguintes: Lôpe Kai (2006), Nha Sunhu (2015) e Ibra (2019), este em memória do músico guineense Ibrahim Galissá, mestre de korá, que tinha tocado com ela nos três discos e em numerosos concertos e que morreu subitamente no início de 2019.

O single e videoclipe que agora se estreou, Allan Guiné, nasceu durante a pandemia e antecipa o novo disco de Eneida Marta, produzido pelo seu filho, Ruben Azziz. Foi uma parceria que nasceu durante o primeiro confinamento de 2020, num momento em que a minha voz segurava a angústia da incerteza destes novos tempos”, escreve ela no texto que acompanha o lançamento. E “nasceu Kuma, uma espécie de grito que me devolveu a urgência de cantar a Guiné- Bissau. Sem possibilidade de actuar ao vivo, ou de recorrer ao trabalho de outros colegas de profissão, virei-me para dentro de casa, e encontrei no meu filho Ruben o melhor produtor para o meu som. Começou a nascer este novo disco.” Gravado nos estúdios Broda Music, o tema Allan Guiné é da autoria de Tony Delgado (letra e música), com produção de Ruben Azziz e co-produção de Gerson Marta. As misturas estiveram a cargo da alXX.productions e a masterização de Mário Barreiros.