Revlon declara falência e aponta o dedo aos problemas de abastecimento

A Revlon foi fundada em 1932 pelos irmãos Charles e Joseph Revson e Charles Lachman, que começaram a vender vernizes para as unhas.

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A fabricante de cosméticos Revlon declarou falência e diz ter sido vítima das interrupções na cadeia de abastecimento que levaram ai aumento dos custos das matérias-primas e a que os fornecedores exigissem pagamentos em adiantado. Conhecida pelos seus vernizes e batons, a empresa que celebrou 90 anos, foi perdendo espaço nas prateleiras dos supermercados e não conseguiu manter-se a par, à medida que, sobretudo nos EUA, surgiram marcas de celebridades como a Kylie Cosmetics, da modelo Kylie Jenner, e a Fenty Beauty, da cantora Rihanna.

Na declaração de falência, a marca norte-americana justificou que os problemas de abastecimento, durante a Primavera, provocaram uma procura intensa por ingredientes usados ​​para fabricar os seus produtos. Ao mesmo tempo, fornecedores que tradicionalmente ofereciam até 75 dias para pagamento começaram a exigir que este fosse feito antes de novos pedidos, enquanto a escassez de mão de obra e a inflação aumentaram seus problemas.

“Por exemplo, um batom Revlon requer de 35 a 40 matérias-primas e componentes, cada um dos quais é fundamental para trazer o produto ao mercado”, escreveu Robert Caruso, que foi contratado como diretor de reestruturação da Revlon. “Com a escassez de ingredientes necessários em todo o portfólio da empresa, a concorrência por qualquer material disponível é acentuada”, justificou.

Recorde-se que, desde 2020, a pandemia de covid-19 aumentou os prazos de entrega dos navios, elevando os custos de frete, enquanto a invasão da Ucrânia pela Rússia e os bloqueios em Xangai vieram acentuar a falta de abastecimentos.

A Revlon foi fundada em 1932 pelos irmãos Charles e Joseph Revson e Charles Lachman, que começaram a vender vernizes para as unhas. Em 1985, a empresa foi vendida à MacAndrews & Forbes — que continua a ser a principal accionista e é propriedade de Ron Perelman. Em 2016, a marca comprou a Elizabeth Arden com o objectivo de afastar a concorrência. Em debaixo do seu chapéu albergou marcas de perfumaria de celebridades como Britney Spears e Christina Aguilera.

Mas, ao longo dos últimos anos, as vendas da empresa foram ficando aquém e, o ano passado, caíram 22% em relação aos níveis de 2017. Em contraste, concorrentes como a CoverGirl, propriedade da Coty Inc, ganharam visibilidade no mercado investindo fortemente para melhorar os abastecimentos.

Na quinta-feira, ao conhecer-se o pedido de falência, as acções da Revlon caíram até 44%, tendo fechado em 13%.

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