Putin acusa Ocidente de crise energética e alimentar global

Putin afirma a Comissão Europeia e dos Estados Unidos prejudicaram a sua própria economia pelos investimentos durante a pandemia, que fomentaram a inflação. Agora, acusam as acções da Rússia na Ucrânia para cobrirem a sua “visão míope”.

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Putin culpa os EUA pelo aumento dos preços da energia e da alimentação e do aumento da tensão do conflito Reuters/SPUTNIK

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as acções de Moscovo na Ucrânia não estão em nada relacionadas com a iminente crise energética e alimentar no mundo. Culpabiliza, assim, as políticas económicas e financeiras aplicadas pelo Ocidente por criarem tal cenário.

Depois de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter feito esta acusação, Putin, em entrevista ao canal de TV estatal Rossiya-1, desmentiu-a e culpou o líder russo norte-americano por “injectar grandes quantias de dinheiro” na economia do seu país como forma de combater as consequências da pandemia de coronavírus. Mostrou acreditar, portanto, que foi este investimento que levou à inflação e a uma “situação desfavorável no mercado de alimentos”, uma vez que “os preços dos alimentos subiram em primeiro lugar”.

Putin também culpabilizou “a política míope dos países europeus, e acima de tudo da Comissão Europeia, no sector de energia” como outra razão para a crise no mercado de alimentos e energia.

“Entre outras coisas, os europeus não deram ouvidos aos nossos pedidos urgentes para preservar os contratos de longo prazo relativos ao fornecimento de gás natural aos países europeus”. “Para além disto, começaram a rescindir estes mesmos contractos, afectando o mercado de energia europeu e fazendo com que os preços subissem. A Rússia não tem absolutamente nada a ver com isso”, acrescentou.

Para além disto, assim que os preços do gás subiram, os preços dos fertilizantes “aumentaram imediata e exponencialmente, porque alguns desses fertilizantes são produzidos à custa do gás. Tudo está interligado”, acrescentou Putin. “Mas nós alertamos sobre tudo isto, que nada tem a ver com qualquer operação militar da Rússia”, disse Putin.

O Kremlin disse, na semana passada, que Moscovo está pronto para fazer uma “contribuição significativa” para evitar a crise alimentar por meio da exportação de grãos e fertilizantes, se o Ocidente levantar “restrições politicamente motivadas” à Rússia.

Putin critica envio de armas pelo Ocidente e promete reagir

Depois dos primeiros ataques russos significativos em Kiev, o Presidente russo, Vladimir Putin, criticou as entregas ocidentais de armas à Ucrânia, afirmando que pretendem apenas prolongar a guerra.

“Toda esta confusão em torno de entregas adicionais de armas, na minha opinião, tem apenas um objectivo: prolongar o conflito armado o máximo possível”, disse Putin.

Insistiu que este envio de armas, provavelmente, não mudará a situação militar do governo da Ucrânia, e funcionará apenas como uma compensação das perdas de armamento semelhante.

O Presidente russo concluiu que esta ajuda ocidental “não é novidade” e que “não muda nada”, mas alertou que haverá uma resposta se os Estados Unidos fornecerem munições de longo alcance para os sistemas Himars, que têm um alcance máximo de até 300 km - uma vez que poderão pôr em causa a integridade do seu território, aumentando as tensões e a extensão do conflito, uma vez que seria também a Ucrânia a atacar a Rússia.

“Se Kiev receber os mísseis prometidos de longo alcance”, acrescentou, “Moscovo tirará conclusões apropriadas e usará os seus meios de destruição”. “Temo-los em abundância, para atacar aquilo que ainda não atingimos”, ameaçou.

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