O mundo secreto de Arrietta

É, ainda hoje, um dos nomes mais raros, mais secretos do cinema europeu, e os seus filmes de am(ad)or parecem deliciar-se em justificar esse segredo: A. Arrietta está entre nós, em retrospectiva na Cinemateca, de 1 a 9 de Junho. Oportunidade para descobrir um autor em estado de graça, antes de o vermos como actor em Rita Azevedo Gomes.

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Permitam-nos começar a falar de A. Arrietta (Madrid, 1942) pelas portas travessas de duas mulheres. A actriz alemã Ingrid Caven falava da realizadora portuguesa Rita Azevedo Gomes, em 2019, como de uma mulher que “conhecia as grandes belezas do mundo”. Ambas — e não nos parece que seja pura coincidência… — trabalharam com Arrietta: Ingrid participou como actriz na sua última longa, Belle Dormant (2016), e Rita convidou o cineasta para representar o papel do desconcertante realizador que dirige Rita Durão e Pierre Léon em O Trio em Mi Bemol (2021), há pouco premiado no IndieLisboa. E o que Ingrid diz de Rita ecoa na dúzia de filmes do cineasta espanhol, que partilham ao longo das décadas (o mais antigo é de 1965, o mais recente de 2016) o requinte voluptuoso, e o amor descabelado, de alguém que aprendeu com os mestres da cultura ocidental.

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